Araraquara: Mortes caem 75% e não há fila por leitos pós-lockdown, diz prefeito
À CNN, Edinho Silva (PT) celebrou dados da cidade do interior paulista e disse que lockdown é 'medida dura', mas eficiente
No dia em que o Brasil superou a marca de 4 mil mortes pela Covid-19, a cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, completou dois dias consecutivos sem registrar qualquer óbito pela doença. O prefeito Edinho Silva (PT) celebrou a marca em entrevista à CNN e disse que o município ainda colhe frutos do lockdown de 10 dias adotado, de forma inédita no país, em fevereiro.
“Estamos há 32 dias sem nenhum paciente aguardando leitos, portanto, não há fila para internações em Araraquara. Nós tivemos uma queda de 75% dos óbitos por semana e, também, queda de 47% das amostras positivas [para Covid-19] remetidas aos laboratórios”, afirmou.
“Portanto, de fato, o lockdown é uma medida dura, que nenhum governante gosta de adotar. É uma medida que se toma quando não tem outra alternativa. Felizmente, essa medida aqui tem ajudado muito na gestão da pandemia e os dados são inegáveis”, completou.
Em Araraquara, o lockdown foi iniciado em 21 de fevereiro e, após o período de 10 dias, a cidade seguiu as determinações do Plano São Paulo, primeiro na fase vermelha e, depois, na fase emergencial. Desde então, os índices da pandemia na cidade vêm caindo. De acordo com o prefeito, se Araraquara não tivesse adotado medidas mais rígidas, seria necessário triplicar o número de leitos para atender os pacientes de Covid-19.
“Todos os pesquisadores que conversamos, da OPAS/OMS [Organização Pan-Americana da Saúde], foram unânimes: era preciso medidas mais rigorosas e foi o que fizemos. Nós retiramos o transporte público de circulação por 10 dias; fechamos absolutamente tudo que gerava qualquer forma de aglomeração, inclusive, supermercados, que ficaram fechados por 6 dias”, detalhou Silva.
Entre outras ações durante o lockdown, o prefeito também relembrou a aplicação de multas para pessoas que estavam nas ruas sem justificativa. “A cidade nos apoiou, entendeu a necessidade das medidas que estavámos tomando e, hoje, colhemos frutos disso. Agora, dialogamos com o setor econômico um plano para a retomada de forma responsável e criteriosa das atividades.”