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    Estudo da Coronavac indica que pandemia pode ser controlada com 75% de vacinados

    Houve redução de 80% nos casos sintomáticos da Covid-19 em Serrana, cidade onde a pesquisa foi feita

    Anna Satie, da CNN, em São Paulo

    Um estudo de efetividade da Coronavac, vacina produzida pelo Instituto Butantan, indica que a pandemia poderia ser controlada no país com 75% da população vacinada, anunciou o governo de São Paulo nesta segunda-feira (31). 

    Durante a pesquisa, 95% da população adulta de Serrana, no interior de São Paulo, foi imunizada. Após a aplicação das duas doses da vacina, foi constatada uma queda de 95% nas mortes, 86% nas hospitalizações e 80% nos casos sintomáticos da doença. 

    “Os resultados demonstram de forma categórica o que poderia estar acontecendo no Brasil inteiro, não fosse o atraso na vacinação”, disse o governador João Doria (PSDB).

    Ao todo, foram vacinadas 27.150 pessoas na cidade entre fevereiro e abril de 2021. O diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou que esse é o primeiro estudo feito nessa escala para medir a efetividade de um imunizante contra a Covid-19 e que será publicado “oportunamente”.

    Em entrevista à CNN, o prefeito Léo Capitelli (MDB) já havia adiantado parte dos números. 

    O diretor do hospital de Serrana, Marcos Borges, disse que o projeto mostrou que o imunizante é “extremamente seguro”. Após a primeira dose, 4,4% das pessoas relataram reações adversas. Dessas, apenas 0,02% tiveram dores de cabeça e musculares em grau mais elevado. Na segunda dose, 0,2% dos imunizados teve alguma reação adversa, nenhuma considerada grave. 

    Gráfico mostra diminuição de mortes por Covid-19 em Serrana após vacinação
    Gráfico mostra diminuição de mortes por Covid-19 em Serrana após vacinação
    Foto: Reprodução/Governo de São Paulo (31.mai.2021)

    Os dados também mostram que a incidência de casos sintomáticos e hospitalizações por Covid-19 entre pessoas que não foram vacinadas também diminuiu. 

    “Isso reflete o efeito direto e indireto da vacina, a redução na transmissão do vírus porque temos pessoas vacinadas na comunidade”, explicou Ricardo Palacios, diretor médico de pesquisa clínica do Instituto Butantan. “Quem recebeu a vacina ajuda a proteger o outro. Por isso a importância de quem puder se vacinar, o faça, porque não é só por você, mas pelo outro”. 

    Esses números também caíram entre os serranenses com menos de 18 anos, que não receberam a vacina. Palacios explicou que havia o temor que a infecção aumentasse entre a população que não recebeu a vacina, o que não aconteceu.

    Ele mostrou que a queda de infecções entre os adultos criou uma espécie de “casulo protetor” para crianças e adolescentes.

    Esse dado é extremamente importante para a discussão sobre a retomada das aulas. Vemos que não será necessário vacinar as crianças para retomar as atividades escolares

    Ricardo Palacios

    O diretor também exibiu dados de comparação com outras cidades que evidenciam a proteção. Segundo Palacios, há um grande trânsito entre moradores de Serrana para Ribeirão Preto, onde trabalham.

    “Serrana não é uma ilha, é um lugar que está exposto continuamente a lugares onde o vírus está circulando de forma importante e, mesmo assim, controla a epidemia”.  

    Eficácia contra variantes

    Palacios também disse que o estudo prova a efetividade da imunização contra variantes que já existem e outras que podem chegar. 

    “Quando acontece a vacinação em Serrana, coincide com a introdução na região da variante P.1. Ela vira uma variante dominante. Então, os resultados de efetividade são resultados predominantes pela variante P.1, uma reafirmação que a vacina é efetiva contra a P.1”, explicou. 

    Ele disse ainda que não viram o surgimento de nenhuma nova variante na região. 

    (*Com informações de Amanda Garcia e Ludmilla Candal, da CNN em São Paulo)