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    Após Paraná, Goiás também retira livro “O Avesso da Pele” das escolas estaduais

    Secretaria de Educação diz que irá analisar a obra "quanto ao atendimento da proposta pedagógica" para decidir se material "poderá ou não ser distribuído"

    Catarina NestlehnerBruno Laforéda CNN , Em São Paulo

    O governo de Goiás decidiu retirar o livro “O Avesso da Pele” da lista de materiais didáticos utilizados por alunos da rede pública estadual de ensino. A mesma decisão foi tomada nesta semana pelo governo do Paraná.

    Segundo a Secretaria de Educação do Estado de Goiás, o recolhimento tem a finalidade de analisar o livro “quanto ao atendimento da proposta pedagógica da rede pública estadual de ensino” e, assim, decidir se o material “poderá ou não ser distribuído”.

    A obra, vencedora do prêmio Jabuti de romance literário em 2021 conta a história de um rapaz, que após a morte do pai, assassinado durante abordagem policial, decide pesquisar o passado da família.

    “O objetivo [da medida] é assegurar que a obra literária que chegue à escola possa efetivamente contribuir com o desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes com base no currículo estadual”, afirmou a pasta.

    “O Avesso da Pele” faz parte da relação de obras literárias aprovadas em 2022 para serem utilizadas em 2023 pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), uma política do Ministério da Educação (MEC).

    Os exemplares são avaliados por professores, mestres e doutores que tenham se inscrito no banco de avaliadores. Procurado pela CNN, o MEC informou que “a permanência no programa é voluntária, de acordo com a legislação, dando autonomia às redes e escolas”.

    Segundo o ministério, “os livros aprovados passam a compor um catálogo no qual as escolas podem escolher, de forma democrática, os materiais que mais se adequam à sua realidade pedagógica, tendo como diretriz o respeito ao pluralismo de concepções pedagógicas”.

    Jeferson Tenório, autor do livro, afirmou em suas redes sociais que a ação é uma atitude inconstitucional e fere um dos pilares da democracia que é o direito à cultura e à educação. “São atos violentos e que remontam dias sombrios do regime militar […] Não vamos aceitar qualquer tipo de censura”, disse.

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