Após denúncia de assédio sexual, presidente do Cremerj se afasta do cargo
Médico ortopedista Clovis Bersot Munhoz foi indiciado pela Polícia Civil, mas Ministério Público solicitou novas diligências sobre o caso
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), Clovis Bersot Munhoz, se afastou do cargo nesta quinta-feira (21). De acordo com o órgão, foi aberta uma sindicância para apurar uma denúncia de assédio sexual envolvendo o presidente do conselho. Ele é acusado por uma técnica de enfermagem de dizer palavras de cunho sexual durante uma cirurgia.
O procedimento será encaminhado ao Conselho Federal de Medicina (CFM), que irá designar o caso para outra regional, com o objetivo de garantir a isenção na condução do processo.
Em nota, o Cremerj afirma que repudia qualquer tipo de assédio e trabalha junto das autoridades para coibir essa prática antiética e criminosa.
De acordo com a Polícia Civil, após a abertura de um inquérito, o médico ortopedista foi indiciado por assédio sexual. O procedimento foi encaminhado ao Ministério Público, que solicitou novas diligências à delegacia.
Em agosto do ano passado, o Cremerj foi notificado por uma unidade de saúde sobre um procedimento instaurado na 9ª Delegacia de Polícia do Catete, na zona sul da capital, contra Munhoz. O órgão também foi informado sobre um processo trabalhista movido pela suposta vítima contra o médico.
Na época, foi instaurado procedimento administrativo no Conselho e foi solicitado esclarecimentos a respeito do caso. Segundo a instituição, o presidente do conselho prestou todas as informações e negou que tenha cometido assédio sexual contra a técnica de enfermagem.
O ortopedista também informou que, no referido dia, havia feito outras cirurgias e que estavam presentes na sala outras pessoas, como médicos, enfermeiras e instrumentadores.
Segundo o Cremerj, após apuração interna, não foi encontrado nada em nome de Munhoz, razão pela qual ele tomou posse da presidência do órgão em fevereiro de 2022.