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    Após dar à luz intubada, mãe morre por complicações da Covid; família faz alerta

    A cunhada da vítima afirma que o irmão, que é marido de Daiana, não acreditava que a doença fosse perigosa

    Foto: Acervo pessoal

    Anna Gabriela Costa, em colaboração para CNN Brasil

    Após passar 26 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Vita, em Curitiba (PR), a professora Daiana Costa morreu nesse sábado (26) por complicações da Covid-19.

    Enquanto esteve intubada, a mulher deu à luz uma menina que se recupera bem na UTI Neonatal do hospital. A mulher também deixa uma filha de 11 anos. 

    Daiana deu entrada no hospital aos 7 meses de gestação. Ela começou a apresentar sintomas da Covid-19 um dia antes da internação.

    De acordo com familiares, a gestante reclamou de dores no corpo e decidiu passar por uma consulta. A médica pediu o exame de Covid-19 e confirmou-se o diagnóstico.

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    No dia 1º de dezembro, Daiana apresentou falta de ar, precisou ser internada e intubada às pressas.

    De acordo com a cunhada da vítima, Tatiane Lima, ela estava seguindo o isolamento social e tudo aconteceu de repente. Daiana não tinha nenhuma comorbidade [junção de duas ou mais doenças em uma mesma pessoa] conhecida.

    “Levei ela até a maternidade de Curitiba. Fomos sem máscara, porque moramos em uma área rural em Colombo, em chácara, as três famílias no mesmo quintal. Somos professoras e estamos afastadas desde março. A Daiana deu uma carona para uma pessoa possivelmente infectada. Desde então, começou a preocupação, e foi tudo muito rápido”, diz a cunhada. 

    A família explica que, logo após a internação, a equipe médica realizou uma cesariana para que a paciente tivesse mais força para se recuperar.

    Com isso, mesmo intubada, Daiana deu à luz Catarina Vitória da Silva, no dia 3 de dezembro. 

    “A Catarina só evolui. Tirou o respirador, já está sugando a mamadeira, está aprender a mamar para ter alta. Está na UTI neonatal por ser prematura. No dia em que ela saiu da incubadora e foi para o berço, foi o dia em que a Daiana faleceu”, explica Tatiane.  

    A cunhada da vítima afirma que o irmão, que é marido de Daiana, não acreditava que a doença fosse perigosa. Ela afirma que, agora, eles assumiram a posição de alertar as pessoas sobre os perigos do novo coronavírus.  

    “Meu irmão se sentiu muito culpado. Ele achava que não era tudo isso, dizia que não adiantava ficar falando para não sair. Depois que isso aconteceu, ele está transtornado, quer alertar todo mundo. Está preocupado com as pessoas sem máscara. Quer transformar o mundo a partir da dor dele. Não dava devida importância para o vírus e pagou com a vida da mulher dele. Está despedaçado”. 

    Além da pequena Catarina, Daiana também deixa uma filha de 11 anos. “Ela era vida, tinha planos, não se negava a nada. A Catarina é um milagre, é o que vai nos salvar. Nem nos piores pesadelos pensamos em passar por isso. Queremos alertar outras famílias para que não sejam acometidas, como nós fomos. É muito doloroso”, afirma Tatiane.

    O enterro de Daiana Costa foi nesse domingo (27), em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. A família e os amigos soltaram balões brancos em homenagem à professora.