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    Apesar de proibição, Greenpeace flagra queimadas em floresta do Mato Grosso

    Há determinação do governo federal suspendendo queimadas por quatro meses a partir de 1º de julho

    Foco de calor ao lado de área desmatada em Alta Floresta, Mato Grosso
    Foco de calor ao lado de área desmatada em Alta Floresta, Mato Grosso Foto: Christian Braga/Greenpeace (9.jul.2020)

    Estadão Conteúdo

    A organização não governamental Greenpeace flagrou diversos focos de queimada em florestas no Mato Grosso na semana passada, apesar de uma determinação do governo para que não haja fogo desde o dia 1º de julho.

    Em sobrevoo sobre região do estado coberta por floresta amazônica na quinta-feira passada (9), foram capturadas imagens de que focos ativos e muita fumaça. Além das áreas completamente queimadas, o Greenpeace também registrou imagens de áreas sendo preparadas para a queima.

    O governo federal baixou um decreto nesta quinta (16) instituindo uma moratória do fogo por 120 dias para toda a região da Amazônia e do Pantanal.

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    De acordo com o Programa Queimadas, do Inpe, o mês de junho teve 2.248 focos de queimadas no bioma Amazônia, o maior valor desde 2007, com um aumento de 19,57% comparado a junho de 2019. Entre 1º e 16 de julho, já foram 1.444 focos. No mesmo período do ano passado haviam sido 1.289.

    O Greenpeace fez um recorte nos dados do Mato Grosso e observou que desde o início do ano, até 13 de julho, já foram registrados 4.437 focos de incêndio dentro do bioma amazônico no Estado. Com isso, o Mato Grosso já conta com o maior número de queimadas na Amazônia brasileira este ano, representando 49,52% de todas as queimadas na região em 2020.

    “Essas imagens e o aumento recorde do desmatamento este ano são o resultado da política antiambiental do governo para a Amazônia que ainda tenta usar a crise provocada pela Covid-19 como uma cortina de fumaça para permitir ainda mais desmatamento, grilagem e garimpo na floresta. A única coisa que este governo está fazendo é colocando o clima e mais vidas em risco, especialmente as dos povos indígenas”, disse Rômulo Batista, porta-voz da campanha de Florestas do Greenpeace Brasil, em nota divulgada à imprensa.

    “Incêndios não ocorrem de forma natural na Amazônia. O fogo é ateado por fazendeiros e grileiros para remover a floresta ou quando ela já está derrubada e seca pelo sol, visando aumentar as áreas de pastagem ou agrícola, especulação de terras e grilagem. A prática se tornou ainda mais comum com a falta de fiscalização e desmantelamento dos órgãos ambientais promovido por este governo, pois gera a sensação de certeza da impunidade” disse o ambientalista.

    A Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso foi procurada pela reportagem, mas ainda não se manifestou.