Anvisa responde a críticas e diz que análise de soro anti-Covid requer atenção
Governador João Doria disse que burocracia da agência trava avanço de terapia desenvolvida pelo Instituto Butantan
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), respondeu às críticas feitas pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), sobre a “burocracia” envolvendo o soro anti-Covid desenvolvido pelo Instituto Butantan.
De acordo com a agência, o pedido foi apresentado sem o protocolo clínico da pesquisa, “documento básico, primário, para qualquer pedido de pesquisa clínica em seres humanos”. A Anvisa afirmou que, sem nenhum estudo realizado em humanos, o tema “requer atenção da agência reguladora na análise”.
Em nota, a agência também fez uma linha do tempo com todas as respostas e exigências feitas para o governo do estado sobre o tema. “A Anvisa enviou suas considerações técnicas para o Instituto sobre o primeiro pedido no dia 4 de março. Nessas considerações, a Anvisa solicitou informações adicionais (exigências) que foram respondidas pelo Instituto no dia 13 de março e que já foram analisadas pela Agência”, afirmou.
Segundo o órgão regulador, será realizada hoje uma reunião entre técnicos da Anvisa e do Instituto Butantan para tratar das informações faltantes, mas ressaltou: “É importante esclarecer também que nenhum estudo em humanos com esse soro foi realizado até o momento, o que requer atenção da agência reguladora na análise. As informações que se têm até o momento referem-se a estudos em animais.”
O soro funciona de forma parecida com o usado para tratar picadas de serpentes peçonhentas. O vírus inativado por um processo de radiação é inoculado em cavalos, que produzem anticorpos do tipo imunoglobulina G (IgG). O plasma do sangue dos animais, então, é extraído, tratado e envasado, da mesma maneira que é feito na produção dos outros soros do Butantan.
(*Com informações do Estadão Conteúdo)