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    Anvisa abre consulta pública sobre cigarros eletrônicos 

    Objetivo é ouvir a população sobre a regulamentação dos dispositivos, proibidos no Brasil desde 2009. 

    Da CNN

    Foi aberta hoje a consulta pública aprovada pela Anvisa na semana passada para discutir a regulamentação de cigarros eletrônicos no Brasil. Essa é mais uma etapa do processo de revisão regulatória aberto pela agência em 2019. A decisão de rever a proibição imposta há quase 15 anos tem como objetivo analisar as mudanças e novas evidências sobre o tema que surgiram desde 2009.

    Entre estas mudanças está, inclusive, o aumento no consumo desses dispositivos. Segundo um estudo do Ipec, cerca de 2,2 milhões de brasileiros são consumidores de cigarros eletrônicos. Em 2008, esse número não chegava a 500 mil. “Desde que houve a proibição muita coisa aconteceu, muitos estudos foram produzidos, muita inovação no cenário regulatório internacional. Então, nós temos hoje uma situação em que o produto é proibido formalmente, mas é amplamente comercializado no Brasil. A grande maioria das pessoas não sabe que ele é proibido”, diz Carolina Fidalgo, que é advogada especialista em Direito Regulatório.

    Agora, a Anvisa oferece a oportunidade de participação da sociedade civil no debate. “Em face do que vier na consulta pública, qualquer caminho pode ser adotado. Dependendo da contribuição que venha, de um fato novo, de algum teor que seja considerado bastante relevante, até mesmo a orientação inicial pode ser alterada. Então o caso não está decidido”, afirmou o diretor-presidente da agência Antonio Barra Torres, após a reunião que deliberou exatamente sobre a consulta pública, na semana passada.

    A população terá 60 dias para dar suas contribuições, o que pode ser feito por meio de um formulário no site da Anvisa. O prazo se encerra em 9 de fevereiro de 2024, e só então a Anvisa vai analisar todo o material coletado para que possa decidir sobre o tema.

    Ativistas que defendem a regulamentação do produto alegam que a proibição não tem surtido efeito. “Na verdade, a pior situação possível, a situação que mais expõe os jovens, é a proibição. Porque em um ambiente regulado, o jovem vai ter o acesso dificultado pra conseguir um cigarro eletrônico. Vai ter que ir a uma loja, vai ter que comprovar a sua idade. Então qualquer situação que traga mais controle vai ser benéfica também para evitar a exposição infanto-juvenil”, afirma Miguel Okumura, consumidor e ativista.

    Carolina Fidalgo acredita na importância de debater com todos os setores da sociedade. “Quanto mais pessoas trouxerem as suas considerações com o ponto de vista do consumidor, do cientista, do agente regulador, do agente político, do setor econômico, fica mais fácil a gente ter uma real noção de todos os interesses envolvidos e das alternativas viáveis”.

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