Antiga Estrada de Santos é museu a céu aberto
Trabalho de recuperação na via deve ficar pronto até o mês que vem
O caminho percorrido por Dom Pedro I para proclamar a Independência do Brasil é um acervo histórico a céu aberto. Nove monumentos estão sendo recuperados na antiga Estrada de Santos, entre eles uma casa famosa que muita gente pensa que foi residência do imperador.
As belas curvas da estrada, de 1841, escondem alguns tesouros importantes da nossa história. Foram por esses caminhos que Dom Pedro I viajou muitas vezes do litoral a São Paulo.
Um dos pontos históricos na estrada é um casarão que muitos pensam ter sido habitado por Dom Pedro I, conforme explica o arquiteto Gustavo Secco.
“Essa casa foi construída em 1922, portanto, 100 anos depois da Independência.Quando Dom Pedro passou por aqui não existiam nem a rodovia e nem os monumentos. Ela foi feita dentro do contexto da Rodovia Caminho do Mar como um ponto de apoio para os viajantes”, diz o arquiteto.
O local é conhecido como Pouso Paranapiacaba, que, em tupi, significa “local de onde se vê o mar”. A vista, de fato, é privilegiada.
Perto do casarão estão as ruínas do alojamento onde os trabalhadores que construíram o imóvel ficavam.
Com o passar do tempo, a “Estrada Velha de Santos”, nome como é conhecida a rodovia Caminho do Mar, fechou para a passagem de veículos. Nesse período, os monumentos ao longo da via ficaram abandonados e a ação de vândalos colocou em risco a história do Brasil. Então, era preciso agir e restaurar o espaço pra dar uma nova vida.
“Além de contar a história e mostrar para o público a relevância do caminho, dos caminhos do mar e conservação da natureza, ele traz também algumas de verdades e mitos, algumas atividades lúdicas para as famílias e crianças, como caça ao tesouro na natureza e apresentações artísticas, diz o arquiteto e restaurador Marcelo Sarasá.
O trabalho de conservação é lento e detalhado –inclusive com materiais importados para preservar as pedras originais. Um dos profissionais envolvidos no trabalho frequentava a Estrada de Santos quando criança e, agora, ajuda na missão de manter viva a história do Brasil.