Animais silvestres apreendidos pela PF sofriam maus-tratos e eram vendidos com documentos falsos; veja imagens
Polícia deflagrou nesta terça-feira (12) operação contra quadrilha do RJ especializada em tráfico de animais
A Polícia Federal deflagrou uma operação nesta terça-feira (12) para desarticular uma quadrilha especializada em tráfico de animais silvestres. Foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão na capital fluminense e nas cidades de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá, todas na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Segundo a PF, os animais traficados eram vítimas de maus-tratos e eram vendidos em redes sociais, geralmente acompanhado de um “kit” de documentos falsos. Durante as buscas, um animal ter sido encontrado dentro de uma espécie de trailer na rua, em frente à casa do principal alvo da operação.
As investigações revelaram que ao menos 120 macacos-prego foram traficados pelo grupo em um ano. Entre eles estavam alguns que estão ameaçados de extinção, como o macaco-prego-de-crista.
Outros animais silvestres estavam na lista de espécies comercializadas pelo grupo, como araras, pássaros, cervos, serpentes, iguanas e papagaios.
A organização criminal, informa a PF, era liderada por um bombeiro militar e composta por caçadores, receptadores, falsificadores e traficantes de animais silvestres. O bombeiro foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito.
“O grupo ainda contava com a participação de servidores do Inea [Instituto Estadual do Ambiente] e do Comando de Policiamento Ambiental [CPAm], além de uma universitária e dois médicos veterinários. Após a deflagração da operação, o respectivo conselho profissional de veterinária e as instituições serão devidamente notificadas para que adotem as providências cabíveis”, diz a PF.
A Polícia Federal informa que “grande parte dos valores obtidos por meio das práticas criminosas, quando não transacionados em espécie, eram ocultados em contas de pessoas jurídicas pertencentes aos integrantes da organização criminosa, ou mesmo em nome de terceiros”.
Os investigados, que não tiveram os nomes divulgados, responderão pelos crimes de organização criminosa, receptação qualificada, crime ambiental, peculato, falsificação de documentos e selos públicos, falsificação de documento particular, uso de documento falso e falsidade ideológica. Caso sejam condenados, poderão ter penas somadas de 46 a 58 anos de reclusão.
A PF destaca ainda que os compradores dos animais traficados também poderão responder pelo crime de receptação.
(Publicado por Fábio Munhoz)