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    Amazônia perde capacidade de absorver CO2 com desmatamento, mostra estudo

    Pesquisa inédita de brasileiras foi publicada nesta quarta (14), na revista britânica Nature

    Daniel Corrá, da CNN, em São Paulo

    O desmatamento diminuiu a capacidade da floresta Amazônica em absorver gás carbônico da atmosfera, a transformando em uma fonte de carbono. Além disso, áreas mais desmatadas têm maior emissão de carbono do que aquelas menos destruídas. Os dados são de estudo liderado por uma pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e publicado nesta quinta-feira (14) na revista britânica “Nature”.

    O artigo “Amazônia como fonte de carbono ligada ao desmatamento e mudanças climáticas” é de autoria da doutora Luciana Gatti, pesquisadora do Laboratório de Gases de Efeito Estufa; e também das pesquisadoras Luana Basso e Raiane Neves — todas, ligadas ao Inpe, de São José dos Campos (SP).

    Durante nove anos de estudo, foram realizados mais de 600 voos em quatro áreas distintas da Amazônia. Nelas, foram encontradas diferentes taxas de desmatamento e observadas as consequências para o bioma. As áreas com mais de 30% de desmatamento, por exemplo, apresentaram uma emissão de carbono dez vezes maior do que regiões com desmatamento inferior a 20%. Além disso, essas áreas mais desmatadas tiveram uma estação seca mais estressante para a floresta: mais seca, mais quente e mais longa.

    A pesquisa mostra que desmatamento também altera a condição climática na Amazônia, afetando a capacidade da floresta não desmatada de absorver carbono – além de aumentar sua inflamabilidade

    Queimadas

    O trabalho ainda alerta para o impacto das queimadas sobre o balanço de carbono (saldo final entre absorções e emissões) e mostra que, sem queimadas, a Amazônia brasileira retiraria da atmosfera 0,19 bilhões de toneladas de CO2 por ano.

    A maior emissão de carbono acontece na localidade leste, nos estados do Pará e Mato Grosso, por causa da grande quantidade de queimadas e de menor absorção de CO2 pela própria floresta. A região  que engloba o sul do Pará e norte do Mato Grosso, apresentou o pior cenário. Além de possuir as maiores extensões de área queimada, nesta área, a floresta já é uma fonte de carbono e com crescimento progressivo.

    Como solução ao cenário, a pesquisadora Luciana Gatti alerta para a necessidade de uma estratégia que combata o desmatamento e as queimadas na floresta, contribuindo para o aumento de chuva e redução da temperatura na região. Um ciclo que também afetaria de maneira positiva o restante do ecossistema no planeta.

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