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    Água pode ser contaminada por proximidade entre áreas inundadas e pontos de captação no RS, diz Fiocruz

    Os pesquisadores alertam para o número de 3 mil estabelecimentos de saúde afetados que podem agravar a situação no estado

    Nível da água caiu, mas via na região central de Porto Alegre (RS) segue alagada
    Nível da água caiu, mas via na região central de Porto Alegre (RS) segue alagada Evandro Leal/Enquadrar/Estadão Conteúdo - 20.mai.2024

    Guilherme Gamada CNN

    São Paulo

    Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificaram 119 pontos de captação de água no Rio Grande do Sul e alertaram que muitos estão situados em proximidade ou diretamente dentro das áreas inundadas, o que pode comprometer a qualidade e a segurança da água.

    “Este cenário impõe riscos significativos à saúde pública, pois a contaminação da água potável é uma das consequências mais graves das inundações”, afirma o estudo. A restrição às áreas, devido às enchentes, podem ainda dificultar o fornecimento de água para as pessoas afetadas.

    Mapa da distribuição dos pontos de captação de água cedidos / Reprodução: Fiocruz

    A análise foi feita com base nos dados da Coordenação Geral de Vigilância Ambiental (CGVAM) por meio do Vigiágua e as áreas afetadas pela inundação e publicada nesta terça-feira (21)

    Para além do abastecimento diário de água,a nota técnica ainda destaca que esses pontos são vitais para as operações de resposta a emergências, de modo a oferecer recursos essenciais para comunidades e operações de socorro.

    Em nota à CNN, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) disse que a água captada dos leitos dos rios pelas estações da companhia passa por rigoroso protocolo de tratamento e faz 500 análises diariamente por estação.

    3 mil estabelecimentos de saúde afetados

    O documento mostra que 3 mil estabelecimentos de saúde (como hospitais, postos de saúde, farmácias e clínicas particulares) foram afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Veja os números de unidades atingidas:

    • Consultórios isolados: 1170
    • Clínicas e centros de saúde especializados: 548
    • Farmácias: 224

    Sobre os impactos, os pesquisadores alertam para dificuldades operacionais nas clínicas e centros de saúde para o tratamento de condições crônicas e emergências médicas que não estão diretamente relacionadas ao desastre. Ainda há a previsão de que a demanda por medicamentos aumente “drasticamente”.

    “Essa situação evidencia a necessidade de uma estratégia de saúde pública robusta que deverá abordar tanto as demandas imediatas durante um desastre quanto fortalecer a resiliência das infraestruturas de saúde para futuros eventos”, afirma a nota.

    Distribuição das unidades de saúde potencialmente afetadas pelas inundações decorrentes dos eventos meteorológicos recentes no Rio Grande do Sul. / Reprodução: Fiocruz

    O estudo acredita que investimentos em melhorias físicas, treinamento de pessoal para respostas rápidas e sistemas de comunicação eficientes serão vitais para assegurar a integridade da saúde pública.

    A Secretaria de Saúde do Estado (SES) foi questionada pela CNN sobre o risco de contaminação da água e sobre o impacto nas unidades de saúde e ainda não retornou.