Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Água pode ser contaminada por proximidade entre áreas inundadas e pontos de captação no RS, diz Fiocruz

    Os pesquisadores alertam para o número de 3 mil estabelecimentos de saúde afetados que podem agravar a situação no estado

    Guilherme Gamada CNN , São Paulo

    Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificaram 119 pontos de captação de água no Rio Grande do Sul e alertaram que muitos estão situados em proximidade ou diretamente dentro das áreas inundadas, o que pode comprometer a qualidade e a segurança da água.

    “Este cenário impõe riscos significativos à saúde pública, pois a contaminação da água potável é uma das consequências mais graves das inundações”, afirma o estudo. A restrição às áreas, devido às enchentes, podem ainda dificultar o fornecimento de água para as pessoas afetadas.

    Mapa da distribuição dos pontos de captação de água cedidos / Reprodução: Fiocruz

    A análise foi feita com base nos dados da Coordenação Geral de Vigilância Ambiental (CGVAM) por meio do Vigiágua e as áreas afetadas pela inundação e publicada nesta terça-feira (21)

    Para além do abastecimento diário de água,a nota técnica ainda destaca que esses pontos são vitais para as operações de resposta a emergências, de modo a oferecer recursos essenciais para comunidades e operações de socorro.

    Em nota à CNN, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) disse que a água captada dos leitos dos rios pelas estações da companhia passa por rigoroso protocolo de tratamento e faz 500 análises diariamente por estação.

    3 mil estabelecimentos de saúde afetados

    O documento mostra que 3 mil estabelecimentos de saúde (como hospitais, postos de saúde, farmácias e clínicas particulares) foram afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Veja os números de unidades atingidas:

    • Consultórios isolados: 1170
    • Clínicas e centros de saúde especializados: 548
    • Farmácias: 224

    Sobre os impactos, os pesquisadores alertam para dificuldades operacionais nas clínicas e centros de saúde para o tratamento de condições crônicas e emergências médicas que não estão diretamente relacionadas ao desastre. Ainda há a previsão de que a demanda por medicamentos aumente “drasticamente”.

    “Essa situação evidencia a necessidade de uma estratégia de saúde pública robusta que deverá abordar tanto as demandas imediatas durante um desastre quanto fortalecer a resiliência das infraestruturas de saúde para futuros eventos”, afirma a nota.

    Distribuição das unidades de saúde potencialmente afetadas pelas inundações decorrentes dos eventos meteorológicos recentes no Rio Grande do Sul. / Reprodução: Fiocruz

    O estudo acredita que investimentos em melhorias físicas, treinamento de pessoal para respostas rápidas e sistemas de comunicação eficientes serão vitais para assegurar a integridade da saúde pública.

    A Secretaria de Saúde do Estado (SES) foi questionada pela CNN sobre o risco de contaminação da água e sobre o impacto nas unidades de saúde e ainda não retornou.

    Tópicos