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    Afetados pela chuva em São Jerônimo (RS) contam com a solidariedade de vizinhos

    Município é banhado pelo rio Jacuí e ficou ilhado por conta de bloqueios de estrada

    Manoela Carluccida CNN*

    A pequena cidade de São Jerônimo, no Rio Grande do Sul foi uma das que ficou debaixo d’água depois das fortes chuvas que atingiram o estado.

    Moradores do município, em conversa com a CNN, relataram que enchentes costumavam ser comuns na região, mas que nunca tinham visto nada como o que se viu nas últimas semanas.

    Rochele Chananeco, funcionária pública, conta que desde pequena ouvia relatos sobre a enchente de 1941 que atingiu o estado, mas que não esperava viver algo assim.

    “Não acreditamos…Vi a vizinha, que mora mais perto do Rio Jacuí tirando as coisas dela de casa. Foi triste ver ela daquele jeito. Ela saiu chorando.”

    “Quando vimos já tinha começado a sair água pelos bueiros, foi muito rápido”, completou Rochele.

    Diante da situação de calamidade, os moradores começaram a se dividir para ajudar a  precisasse.

    A empreendedora Nathália Camargo e seu marido iniciaram uma mobilização para arrecadação e distribuição de alimentos.

    De início, publicações no Instagram pedindo PIX ajudaram a comprar alguns ingredientes, mas depois os mercados começaram a ficar sem produtos e eles passaram a pedir doação de produtos.

    Nathália e seu marido preparavam as refeições e saíam de carro pela cidade procurando quem precisasse. Com o tempo esse grupo de voluntários foi aumentando.

    Ela ressalta que eles “já estavam mais ou menos preparados” já que realizaram esse mesmo trabalho no ano passado, quando enchentes atingiram o local.

    “Começamos fazendo 150 entregas por dia. Já conseguimos subir esse número, fazendo 280 entregas pela manhã e outras 280 pela tarde. Estamos trabalhando em dois turnos”.

    Nathália conta que a maioria das doações tem sido feitas por helicóptero, já que a cidade está ilhada, uma vez que as estradas estão bloqueadas.

    Érika Anjoli, dona de um estabelecimento de crossfit, decidiu abrir as portas do seu espaço para também receber doações. Ela e Lucas Chaneneco, seu colega, têm trabalhado no auxílio da limpeza das casas que já não estão mais com água.

    “Além de estarmos limpando, estamos também distribuindo kits de limpeza para as famílias que querem limpar sozinhas”. Conta.

    “Limpamos mais ou menos sete casas por dia. Temos um grupo com mais ou menos 210 pessoas que querem ajudar. Nós recebemos os produtos de limpeza, montamos um kit e vamos com uma equipe para a casa e ajudamos a limpar o lugar. Começamos assim e fomos nos organizando.”

    Lucas diz que se sente muito feliz em poder realizar esse trabalho. “É o pouco que podemos ajudar. Saímos com o sentimento de dever cumprido de ter ajudado alguém que precisava. Não tem classe social nessa hora, fazemos o trabalho para todos que precisam”.

    *Sob supervisão de Bruno Laforé