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    Advogado de Daniel Silveira e PF divergem sobre celulares encontrados na prisão

    O deputado Daniel Silveira está preso desde 16 de fevereiro por decisão do Supremo Tribunal Federal

    Marcela Monteiro, Leandro Resende e Paula Martini, da CNN, no Rio de Janeiro

    O deputado federal Daniel Silveira, preso desde a semana passada por decisão do Supremo Tribunal Federal, depôs na manhã desta sexta-feira (26), em investigação que apura como ele manteve dois celulares em seu poder enquanto estava preso na superintendência da Polícia Federal no Rio.

    Após o depoimento, o advogado Maurizio Spinelli, que defende o parlamentar, disse que Silveira estava na posição de testemunha e que, ao ser preso, no dia 16 de fevereiro, “ninguém pediu para ele entregar” os celulares. 

    “Absolutamente nada foi feito de forma escondida, como infelizmente alguns querem insinuar. O local tinha câmeras, agentes. No momento em que Daniel foi preso, ele estava com os celulares e assim permaneceu durante todo o caminho. Ninguém pediu para ele entregar nada”, afirmou o advogado. 

    A Polícia Federal nega a versão apresentada por Spinelli. De acordo com a corporação, Silveira teve os pertences revistados antes de entrar no espaço em que ficou acautelado e estava apenas com um a carteira e a roupa do corpo. Além disso, segundo a PF, o telefone celular foi entregue a um assessor.

    A corporação também informou que Silveira apresentou outra versão, em depoimento, no dia em que os celulares foram apreendidos pelos agentes federais. Na ocasião, o parlamentar disse que o aparelho foi entregue a ele por um visitante, mas não informou o nome da pessoa. No mesmo dia, a PF instaurou inquérito para apurar o caso e comunicou o fato ao STF.

    O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) na sede da Polícia Federal no Rio
    O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro
    Foto: João Gabriel Alves/Enquadrar/Estadão Conteúdo (18.fev.2021)

    Na conversa com a CNN, Maurício Spinelli também negou que o deputado federal teria usado os celulares para intimidar parlamentares. “Isso não aconteceu. Não existiu qualquer tipo de intimidação”. 

    Spinelli diz que Silveira está calmo, mas consciente da dificuldade que envolve sua soltura. “Quem determinou a prisão foi o Supremo Tribunal Federal, e a defesa precisa recorrer justamente ao Supremo para esclarecer outros fatos e pedir medidas de liberdade para o deputado”, disse. 

    Segundo o procurador Eduardo Benones, o próximo passo da investigação será ouvir os policiais federais que participaram da prisão e os deputados que foram visitar Daniel Silveira na superintendência da PF do Rio, no período que o parlamentar ficou preso na unidade. 

    O MPF investiga se alguém facilitou a entrada dos celulares. O crime está previsto no Código Penal e prevê prisão de até um ano para quem “ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional”.

    Sobre uma possível filiação de Silveira ao PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), o advogado negou categoricamente. “Daniel permanece filiado ao PSL, então isso não seria possível”.