Acumulado de chuva pode passar de 800 mm no Rio Grande do Sul, diz governador
Ao menos duas mortes já foram confirmadas no estado em decorrência dos temporais
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou nesta terça-feira (30) que o acumulado de chuva no estado pode passar de 800 milímetros em algumas regiões do estado.
A média esperada para o estado em abril é de 160 milímetros, segundo o governador. Em algumas áreas, porém, já há registro de mais de 300 milímetros de chuva, acrescenta o chefe do Executivo.
O Rio Grande do Sul está sendo castigado por fortes chuvas desde a última segunda-feira (29). O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de perigo para tempestade no estado, válido até a próxima quinta-feira (2).
Há registro de pelo menos duas mortes no Rio Grande do Sul em decorrência das chuvas, além de interdições em rodovias. “Não é momento de fazer deslocamentos que não sejam estritamente necessários”, disse. “Vocês já estão vendo aí imagens de pontes que foram levadas, estradas rompidas, e a gente não quer perder vidas neste momento”, alertou Leite.
Na cidade de Santa Tereza, a 145 km de Porto Alegre, a prefeitura Gisele Caumo flagrou, na manhã desta terça-feira (30), uma sendo arrastada pela correnteza do Arroio Marrecão, afluente do Rio Taquari, durante o temporal que atingiu a cidade.
O governador afirmou que deve se reunir com representantes da Secretaria de Educação para avaliar a necessidade de suspensão das aulas no estado.
A Defesa Civil gaúcha orientou as prefeituras para que retirem a população de localidades com risco de inundação. Nas regiões mais críticas, como as do Vale do Taquari e Rio Pardo, uma força-tarefa foi enviada para apoiar os coordenadores regionais.
O alerta sobre a condição dos rios tem como base as previsões de chuva até sexta-feira (3).
Gabinete de crise
Na manhã desta terça-feira, o governo do estado convocou uma reunião de emergência do gabinete de crise na sede da Defesa Civil, em Porto Alegre.
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, as previsões apontam que os volumes de chuvas podem causar alagamentos semelhantes aos de novembro de 2023, quando o Rio Grande do Sul enfrentou uma das maiores enchentes da história.
Ainda de acordo com os modelos de previsão, as regiões do dos rios Caí e Taquari podem ser as mais afetadas. Ambas têm grande concentração populacional. No Vale do Caí, quatro estações fluviométricas indicam que o rio já ultrapassou a cota de inundação. Já no Vale do Taquari, a atenção maior é para a cidade de Estrela, onde o curso da água superou os 20 metros de inundação.
“O momento é de alerta em todo o Rio Grande do Sul para o alto volume de chuva que deve ser registrado ao longo de toda esta semana. As equipes do estado, por meio do gabinete de crise, estão em total alinhamento para tomar todas as medidas necessárias em apoio aos gaúchos e aos municípios atingidos. Nossa prioridade neste momento é tirar as pessoas das áreas de risco e garantir a segurança de todos”, destacou o vice-governador, Gabriel Souza, responsável por coordenar os trabalhos do gabinete.
A Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul informou que três escolas foram danificadas e outras seis tiveram quedas de muro, não houve feridos. Cerca de 70 escolas suspenderam as atividades devido aos problemas de acesso ao transporte escolar.
O Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem foi acionado para a desobstrução das vias. Além das forças estaduais, as ações de emergência contam com apoio do Exército e das prefeituras.