“Acho que futuramente Muçum vai virar rio”, diz moradora após 3ª enchente em cidade gaúcha
Município do Vale do Taquari foi gravemente afetada pelas chuvas, com casas e propriedades destruídas e moradores isolados
A cidade gaúcha de Muçum, situada no Vale do Taquari, enfrenta uma situação dramática após ser atingida pela terceira enchente em menos de um ano. As fortes chuvas deixaram um rastro de destruição, com árvores tombadas, animais mortos e casas devastadas pela lama.
“Vou ser bem sincera, eu acho que futuramente Muçum vai virar rio, porque a enchente levou muita terra, deixou muita areia, levou muitas árvores”, diz a moradora Maria Marlene, que teme que ficará difícil viver na cidade após os danos causados.
As autoridades estimam que serão necessários mais de R$ 19 bilhões para a reconstrução do Estado, mas há pouca esperança entre os residentes.
Moradores como Maria Marlene mostram os móveis e pertences perdidos quando a água invadiu suas residências. Veja vídeo abaixo:
As famílias da zona rural ficaram isoladas pela enchente, e a ajuda só consegue chegar de barco. Com as equipes de resgate sobrecarregadas, os moradores tentam ajudar como podem, utilizando até carriolas para retirar a lama que cobre a cidade.
Cenário de horror
“Era um cenário de horror, todo mundo pedindo socorro”, relata um dos moradores, identificado como Cassiano. “O rio aqui é como se estivesse numa ponte, passando por cima, era uma loucura.” Mais de 80% da área de Muçum foi afetada pelas inundações, e segundo a prefeitura, uma parte da cidade vai precisar ser realocada. A chuva não dá trégua, e os moradores temem por um futuro incerto após a tragédia.
Prefeito prevê deslocamento da cidade
O prefeito de Muçum (RS), Mateus Trojan (MDB), afirmou, em entrevista à CNN neste sábado (11), que será necessário realocar parte da cidade devido às recorrentes inundações que atingem a região.
Trojan afirmou que é necessário remanejar boa parte da área urbana, pois parte da cidade não pode mais existir onde estava. Ele ressaltou que essa é uma situação delicada e complexa, envolvendo questões culturais, direitos de propriedade e a necessidade de construção conjunta com a população e órgãos de controle.
O prefeito destacou que já havia proibido a reconstrução em algumas áreas após os eventos de 2023, mas agora precisará ir além e obter um quantitativo ainda maior de áreas para realocar.
(Com informações da Reuters)