À CNN, piloto explica fenômeno “flat-spin” em aeronave que caiu em Vinhedo (SP)
Especialista Rafael Santos esclarece o fenômeno de "flat-spin" observado na queda da aeronave da Voepass e discute os desafios na recuperação desse tipo de situação crítica
O acidente aéreo ocorrido em Vinhedo, São Paulo, que resultou na trágica perda de 61 vidas, está sendo analisado por especialistas em aviação.
Rafael Santos, piloto de companhia aérea, compartilhou insights técnicos sobre o incidente durante uma entrevista ao CNN Prime Time.
Santos explicou que as imagens do acidente mostram um fenômeno conhecido como “flat-spin”. “É como se fosse uma folha de papel que você solta no ar, ela aberta, uma folha A4, ela vem descendo assim”, descreveu o piloto, ilustrando a maneira como a aeronave caiu.
Causas potenciais e dificuldades de recuperação
O especialista apontou que essa situação geralmente é desencadeada por fatores externos, como condições meteorológicas adversas ou a perda de uma parte crucial da aeronave, como uma seção da asa ou da cauda.
“Uma situação colocou-se pelo centro desse universo. É um universo recuperável, porém muito difícil recuperar, porque tem uma janela de tempo muito pequena”, explicou Santos.
Desde o acidente do voo 447 da Air France, as técnicas de recuperação para situações extremas como essa passaram por mudanças significativas.
No entanto, Santos ressaltou que, neste caso, os pilotos provavelmente não conseguiram efetuar a recuperação devido à falta de tempo ou à gravidade da situação.
Investigação e aprendizados para a indústria
O acidente deixou 62 pessoas mortas – sendo 58 passageiros e quatro tripulantes. Inicialmente, a Voepass informou que 62 pessoas estavam a bordo. Posteriormente, passou a divulgar a lista com 61 ocupantes. Neste sábado (10), a companhia voltou a informar que 62 pessoas morreram na queda do avião em Vinhedo (SP).
Quanto ao processo de investigação, Santos enfatizou a importância de um tempo adequado para compreender a dinâmica do acidente.
“Há um tempo para se entender essa dinâmica do acidente, passo a passo, principalmente para dar uma resposta às famílias que foram atingidas por isso e à indústria como um todo para a gente estabelecer salvaguardas”, afirmou.
O piloto também fez questão de ressaltar que o modelo de aeronave envolvido no acidente, o ATR, é considerado um produto muito bom e seguro.
Ele explicou que situações limite como essa são raras e que os profissionais da aviação buscam extrair lições desses eventos para aprimorar os treinamentos e procedimentos de segurança.
A indústria da aviação agora aguarda os resultados da investigação oficial para compreender completamente as circunstâncias que levaram a este trágico acidente e implementar medidas adicionais de segurança, se necessário.
