70% dos casos de Covid-19 de SP são de variantes, diz coordenadora do Butantan
'A variante da África do Sul foi encontrada em uma pessoa que não viajou, então deve estar circulando em nosso ambiente', disse Maria Carolina Sabbaga
A notícia de que a variante sulafricana da Covid-19 foi encontrada em Sorocaba, no interior de São Paulo, em uma pessoa sem histórico de viagens ligou sinal de alerta no país.
Segundo Maria Carolina Sabbaga, cientista e uma das coordenadoras da Rede de Alerta das Variantes de Covid-19 do Instituto Butantan, as variantes do novo coronavírus já são as causadoras da maior parte dos casos da Covid-19 em São Paulo, mas a que mais preocupa no estado segue sendo a P1, originada em Manaus.
“A variante da África do Sul foi encontrada em uma pessoa que não viajou, então deve estar circulando em nosso ambiente, mas, por enquanto, a variante que está mais espalhada por São Paulo é a P1, de Manaus. Atualmente 70% dos casos estudados no estado são de variantes”, diz a cientista à CNN.
Sabbaga explica que seu grupo de estudos está fazendo acompanhamento semanal da circulação das variantes no estado e que, independentemente dos resultados dos estudos, as medidas de prevenção contra o vírus não mudam.
“Os procedimentos de segurança sanitária são os mesmos, seguimos isso podemos evitar novas variantes, que surgem na hora de se replicar no corpo após infectar”, explica a cientista do Instituto Butantan.
Menor taxa de ocupação das UTIs
Faz cerca de um mês o estado de São Paulo adotou medidas mais rígidas para conter a disseminação da Covid-19, com a fase vermelha implementada no dia 3 de março e a fase emergencial adotada a partir do dia 15.
Nesta quinta-feira (1º), o estado obteve o primeiro indicador de melhora na situação da pandemia. A taxa de ocupação das UTIs é a menor desde 15 de março, sendo a primeira vez nesse período em que o índice fica abaixo de 90%. Mesmo assim, o número de pessoas internadas, de mais de 31 mil, segue elevado.
Mortes provocadas pela pandemia no Estado
Março foi o mês mais letal da pandemia em São Paulo. Segundo dados do governo, foram registrados 15.159 novas mortes entre os dias 1º e 31. O total de casos no período foi de 428.221.
Desde o início da pandemia são 74.652 mortes e 2.469.849 casos. Os dados de março foram superiores aos registrados no pico da primeira onda. Em julho de 2020, foram de 8.234 óbitos e 260.924 casos, aumento de 84% e 64%, respectivamente.
*Sob supervisão de Layane Serrano