7 de Setembro é marcado por atos em todo o país; presidenciáveis se manifestam
Presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou em Brasília pela manhã e em seguida foi ao Rio de Janeiro
As comemorações do Bicentenário da Independência pelo Brasil foram marcadas por atos e desfiles cívico-militares nesta quarta-feira (7). Presidenciáveis se manifestaram sobre as comemorações dos 200 anos da Independência.
Ao menos 25 capitais realizam desfiles cívico-militares, incluindo São Paulo (SP), Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Salvador (BA), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Palmas (TO), São Luís (MA), Cuiabá (MT), Maceió (AL), Rio Branco (AC), Boa Vista (RR), Fortaleza (CE), Porto Velho (RO), Vitória (ES), Belém (PA), Macapá (AP), Natal (RN), Manaus (AM), João Pessoa (PB), Teresina (PI) e Aracaju (SE).
De acordo com levantamento realizado pela CNN, pelo menos 19 capitais registraram atos a favor do governo nesta quarta-feira: Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Florianópolis. Fortaleza, Maceió, Salvador, Recife, São Luís, Porto Velho, Boa Vista, Belém, Vitória, Aracaju, João Pessoa, Porto Alegre e Macapá.
Tradicionalmente realizado no Dia da Independência, o Grito dos Excluídos também foi realizado nesta quarta-feira em diversas capitais brasileiras. As manifestações são um contraponto aos atos pró-governo.
Presidenciáveis se manifestam
Os candidatos à Presidência da República usaram suas redes sociais para falar sobre as comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou uma frase usada em sua propaganda no rádio e na TV veiculada na terça-feira (6), segundo a qual o 7 de Setembro “deveria ser um dia de amor e união pelo Brasil” — o que, segundo ele, “não é o que acontece hoje”. “Tenho fé que o Brasil irá reconquistar sua bandeira, soberania e democracia”, disse.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou um vídeo da queima de fogos ocorrida na noite da terça-feira (6), quando apoiadores se reuniram em frente à Torre de TV, no Eixo Monumental, em Brasília. A legenda é um trecho do Hino da Independência: “Já raiou a liberdade no horizonte do Brasil”.
Ciro Gomes (PDT) também se manifestou. “E que Deus nos abençoe para que nada nem ninguém sejam capazes de roubar a nossa paz e a nossa liberdade — neste dia ou em qualquer momento da nossa história”, escreveu. Ele ainda disse ter “esperança” de que o Brasil encontrará “um novo caminho”.
Já Simone Tebet (MDB) escreveu que, 200 anos após a data de origem da comemoração, “vemos que a independência ainda é um sonho a ser atingido”. “Neste 7 de setembro, reafirmo nosso compromisso em reduzir as desigualdades, erradicar a miséria e acabar com a fome”, completou.
A candidata Soraya Thronicke (União Brasil) disse que os brasileiros não podem “admitir que sequestrem os nossos símbolos, e nossa esperança, nem que façam do dia da Independência uma data eleitoreira”. “A bandeira é nossa!”, completou.
Felipe D’Avila (Novo) disse que o Bicentenário “é uma data emblemática e que pertence a todos nós”. “Falar de Independência, aliás, é falar de liberdade. E o que queremos para nosso país é que cada cidadão possa exercerdes sua Liberdade com responsabilidade”, disse.
A candidata Vera Lúcia (PSTU) escreveu em suas redes sociais, mas não fez referência direta à celebração. “Bolsonaro e suas ameaças não passarão”, disse em sua publicação.
Já Sofia Manzano (PCB) disse que a “classe dominante” vem se apropriando de pautas identitárias ao “exaltar Leopoldina” — a primeira esposa do Imperador D. Pedro I. Ela destacou a posição da imperatriz como mulher e afirmou que 7 de Setembro é dia de luta dos excluídos.
Os demais candidatos à Presidência ainda não se pronunciaram sobre a data.
Discurso na Esplanada
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em discurso na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, que o país tem atualmente uma “economia pujante”, que registra queda na inflação e geração de empregos. Ele destacou a redução nos preços da gasolina e a abrangência do programa Auxílio Brasil, de distribuição de renda.
“Eis que o Brasil ressurge com uma economia pujante, com uma gasolina das mais baratas do mundo, com um dos programas sociais mais abrangentes do mundo, que é o Auxílio Brasil, com recorde na geração de empregos, com a inflação despencando e com um povo maravilhoso que entende aonde seu país poderá chegar”, disse a apoiadores de cima de um trio elétrico.
O presidente afirmou que todos têm a “obrigação de jogar dentro das quatro linhas” da Constituição. “Com uma reeleição, nós traremos para dentro dessas quatro linhas todos os que ousam ficar fora delas”, disse.
Em seu discurso, Bolsonaro disse ainda se sentir feliz por levar “a verdade” à população. Ele afirmou que, atualmente, “todos” conhecem melhor os demais Poderes.
“Também tenho mostrado para vocês que o conhecimento também liberta. Hoje, todos sabem quem é o poder Executivo, todos sabem o que é a Câmara dos Deputados, todos sabem o que é Senado Federal, e todos sabem o que o Supremo Tribunal Federal”, disse. Ao citar o STF, houve vaias entre os presentes.
Bolsonaro chamou de “luta do bem contra o mal” a situação política do país. Segundo ele, que concorre à reeleição, “o mal que perdurou por 14 anos no país quer voltar à cena do crime”. “Não voltarão. O povo está do nosso lado. O povo está do lado do bem, o povo sabe o que quer”, completou.