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    25% dos jovens brasileiros ouvidos em pesquisa não estudam e nem trabalham

    Uma empresa de gestão de recursos humanos ouviu 9 mil jovens candidatos a uma vaga de emprego. De acordo com os dados, mulheres e negros são os mais impactados

    Elis Barretoda CNN , Rio de Janeiro

    Um levantamento feito pela empresa de gestão de recursos humanos, Mindsight, mostra que pelo menos 25% dos jovens brasileiros, de 15 a 29 anos, ouvidos pelos recrutadores, fazem parte da “geração nem-nem”, que não trabalham, e nem estudam. A pesquisa foi feita com 9 mil jovens candidatos a emprego em todo o Brasil, no mês de julho de 2021.

    O termo “Geração Nem-Nem” surgiu nos anos 90, na Inglaterra. O nome vem da sigla NEET´s (not in employment, education, or training), que faz referência a jovens que não têm um emprego e não estudam. Dados da Organização Internacional do Trabalho mostram que essas pessoas representam mais de 35% dos desempregados do planeta.

    Segundo a pesquisa da empresa de gestão em RH, essa geração de jovens que não estudam e nem trabalham se explica, principalmente, pela falta de estrutura no ambiente escolar e de oportunidades após a formação. Outro fator constatado pelo levantamento é a desigualdade. Entre as mulheres, 26% não trabalham e não estudam, enquanto entre os homens, a taxa é de 24%. Já em um recorte racial, a população preta é a mais atingida, com 29% fora do mercado de trabalho e de instituições educacionais. Entre os que se consideram brancos, esse número cai para 23%.

    Em relação aos impactos da pandemia nas áreas de atuação, 34% do total dos participantes respondeu que “sim, impactou muito”. Dos entrevistados negros, 40% responderam que a pandemia os impactou muito, enquanto entre os brancos, 34% tiveram a mesma sensação.

    A economista e professora do Ibmec, Vivian Almeida, explica que nem sempre o jovem consegue sair da faculdade com um emprego e muitos saem da escola e não têm oportunidade de entrar na universidade. Em ambos os casos, eles têm pouca experiência profissional, o que dificulta a inserção no mercado de trabalho.

    “A transição da escola para faculdade, e da faculdade para o mercado de trabalho não é fácil. Muitos jovens chegam mais atrasados no destino planejado.”, explica.

    Em maio deste ano, o Ministério da Economia chegou a falar da possibilidade de um auxílio no valor de R$ 300 para esses jovens, condicionado a fazer cursos preparatórios para ingressar no mercado de trabalho. Segundo a economista Vivian Almeida, medidas como essa são importantes, uma vez que o mundo caminha para ser cada vez mais tecnológico.

    “As profissões exigirão cada vez mais escolaridade, assim, os empregos de baixa escolaridade serão reduzidos, se não extintos. Então é urgente que a gente olhe para esse jovem e o encaixe em algum lugar. Crie um espaço para que ele se veja representado. Seja na escola, no curso técnico ou na universidade para que ele possa entrar no mercado de trabalho.”, conclui a professora.

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