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    219 pessoas são monitoradas após confirmação de variante da Índia no Brasil

    Pedro Duran, Caroline Louise, Giulia Alecrim e Anne Barbosa, da CNN, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em São Paulo

    Secretarias municipais, estaduais de saúde e a Anvisa monitoram 219 brasileiros depois da confirmação da chegada da variante originária da Índia do novo coronavírus aqui no Brasil.

    A lista inclui oito pessoas que tiveram a confirmação da nova mutação e outras 211 que tiveram contato com elas. Ou seja, cada pessoa que teve confirmada a presença da variante passou a ter, em média, outras 27 pessoas testadas ou monitoradas para tentar conter o rastro da variante aqui no país.

    Além dos oito infectados, sendo seis indianos no navio atracado no Maranhão, um homem de Juiz de Fora e outro de Campos dos Goytacazes, há ainda 211 moradores e visitantes em pelo menos cinco cidades: São Luis, Juiz de Fora, Campos, Rio e São Paulo. 

    Especializado em mapear as variantes, o virologista Fernando Spilki, da Universidade Feevale, explica que a maior preocupação em relação à variante da Índia é a alta carga viral, que permanece ativa por mais tempo, o que faz com que essa mutação do vírus acabe se tornando mais transmissível que outras. 

    “Particularmente nessa sublinhagem que chegou aqui, a característica que preocupa é uma mutação do tipo ‘L452R’, que aumenta a transmissibilidade [do vírus] e que pode levar a um escape de anticorpos, o que também se encontra em variantes da Califórnia e na variante P.4 que foi encontrada no Brasil”, diz ele. No entanto, a boa notícia é que “a maioria dos kits de PCR funcionam [para acusar a presença do vírus nesses casos] e a vacina tem com essa variante o mesmo grau de proteção clínica das outras”, conta.

    Ilustração em 3D representando o novo coronavírus
    Ilustração em 3D representando o novo coronavírus
    Foto: Nexu Science Communication/Reuters

    Maranhão: 171 monitorados

    No caso do Maranhão, o navio “MV SHANDONG DA ZHI” foi o foco da contaminação. Ele atracou no Porto de Itaqui, em São Luis, com  24 tripulantes. Um deles teve de sair para ser internado em uma UTI de um hospital privado. Dos outros 23, em cinco foi detectada a variante originária da Índia, mas a estratégia de bloqueio teve ainda a testagem de 147 pessoas que tiveram contato com o paciente internado em estado grave. Ao todo, 6 delas testaram positivo para a Covid-19, mas o Instituto Evandro Chagas afirmou tratar-se de outras cepas. As outras testaram negativo, mas continuam sendo acompanhadas.

    Rio de Janeiro: 44 monitorados

    No estado do Rio de Janeiro, 44 pessoas estão sendo monitoradas. Uma delas é o morador da cidade de Campos dos Goytacazes que teve a variante detectada pelo Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo. Outras duas pessoas que moram na mesma cidade e teriam viajado com ele seguem sendo acompanhadas, mas já tiveram teste negativo para coronavírus. Outros 12 funcionários de um hotel onde esse homem se hospedou foram convocados para fazer o teste RT-PCR. Outras 29 pessoas que teriam tido contato ou viajaram com ele e moram no Rio de Janeiro também testaram negativo, mas seguem sob monitoramento da secretaria municipal de saúde.

    São Paulo: 2 monitorados

    Na cidade de São Paulo, duas pessoas estão sendo monitoradas para eventual infecção da cepa originária da Índia. Elas recusaram a oferta da prefeitura da capital paulista de se abrigarem em um hotel de isolamento e decidiram cumprir quarentena em casa. Nenhuma delas manifestou sintomas da doença. Elas estiveram uma no voo doméstico e uma no voo internacional que transportaram o morador de Campos dos Goytacazes.

    Minas Gerais: 2 monitorados

    No caso de Minas Gerais, um casal está sendo monitorado. O homem teve a confirmação para a variante originária da Índia nesta sexta-feira (28/5). A mulher dele está assintomática e também cumpre isolamento em casa. Segundo o governo estadual, ele teve contato apenas com ela após ter se deslocado de carro de São Paulo para Juiz de Fora.

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