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    Oscar: Diretores vencedores homenageiam vítimas negras mortas pela polícia

    Travon Free e Martin Desmond Roe, que dirigiram "Dois Estranhos", usaram ternos com os nomes de vítimas mortas pela polícia dos EUA

    Travon Free, diretor vencedor do Oscar de Melhor Curta de Live Action, usa terno com nome das vítimas negras assassinadas por policiais nos EUA
    Travon Free, diretor vencedor do Oscar de Melhor Curta de Live Action, usa terno com nome das vítimas negras assassinadas por policiais nos EUA Foto: Handout//A.M.P.A.S./Getty Images

    Scottie Andrew,

    da CNN

    No tapete vermelho dos prêmios da Academia, os diretores do curta-metragem vencedor do Oscar, Dois Estranhos, honraram os negros americanos mortos pela polícia que inspiraram seu filme.

    Os diretores Travon Free e Martin Desmond Roe venceram a categoria Melhor Curta em Live Action pelo filme da Netflix que segue um homem negro preso em um looping temporal, onde é repetidamente assassinado pela policia. Eles aceitaram o prêmio em ternos pretos e amarelos, com o forro interno bordado com nomes de pessoas mortas pelas mãos de policiais nos EUA, incluindo Philando Castile, Tamir Rice e Daunte Wright.

    De acordo com o veículo The Hollywood Reporter, os ternos foram feitos pela marca de luxo controversa Dolce e Gabbana, que já foi acusada de racismo contra negros e asiáticos.

    Em Dois Estranhos, o protagonista, interpretado pelo rapper Joey BadA$$, é forçado a reviver o dia em que foi assassinado por um policial branco. O filme visceral — em que o protagonista morre de forma similar a pessoas reais que morreram pelas mãos da polícia — foi criticado pela violência brutal vivida pelo personagem negro.

    Cena do curta "Dois Estranhos"
    Cena do curta “Dois Estranhos”, que conta a história de um jovem negro preso no dia em que foi morto por um policial branco
    Foto: Reprodução/Netflix

    Em seu discurso, Free, que co-escreveu o curta, lembrou que americanos negros são disproporcionalmente mortos pela polícia e implorou à audiência que não sejam “indiferentes à nossa dor”, em relação às mortes recentes.

    Esta foi uma das muitas referências aos assassinatos policiais e ao racismo contra a população negra durante a cerimônia. Regina King, que abriu o prêmio, disse que “se as coisas tivessem sido diferentes em Minneapolis”, em referência ao julgamento do oficial de polícia Derek Chauvin, condenado pelo assassinato de George Floyd, ela “teria trocado o salto alto da noite por botas em protestos”.

    Tyler Perry, que venceu o Prêmio Humanitário da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, pediu que os telespectadores “recusem o ódio”.

    (Texto traduzido. Leia o original em inglês).