Moedas de ouro e tesouros medievais são descobertos no Reino Unido em lockdown
Arqueólogos de quintal descobriram mais de 47 mil objetos, anunciou Museu Britânico
Os hobbies novos adquiridos durante a quarentena desenterraram novas paixões —às vezes, literalmente.
Neste ano, arqueólogos de quintal no Reino Unido registraram a descoberta de mais de 47 mil objetos, anunciou o Museu Britânico nesta semana.
Pessoas normais encontraram a maioria dos artefatos históricos ao passear pelo interior do país com detectores de metal. Depois, registraram os achados pelo programa do museu, o Esquema de Antiguidades Portátil (PAS, na sigla em inglês), voltado para curiosos amadores.
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O Museu Britânico disse que o programa teve um aumento nos registros de antiguidades enquanto o país estava sob lockdown, entre 22 de março e 13 de maio.
Esse banco de dados contém dados de mais de 1,5 milhão de objetos descobertos desde 1998 pelo público geral em vez de arqueólogos profissionais.
“É incrível ver o esquema crescendo assim durante o lockdown, graças a descobertas feitas nos jardins e os relatórios digitais”, disse a ministra da Cultura do Reino Unido, Caroline Dinenage, num comunicado à imprensa.
Ricas descobertas
A lista de tesouros de jardim desenterrados neste ano inclui um selo medieval do século 13, que carrega uma inscrição em latim dizendo “Davi, mensageiro de Deus, bispo de St. Andrews”.
Um dos destaques são baús com moedas.
Um desses tesouros, que continha 50 moedas sul-africanas de ouro maciço, foi desenterrado em Milton Keynes, uma cidade a cerca de 80 km de Londres.
É um mistério como essas moedas, produzidas nos anos 1970 durante a era do Apartheid na África do Sul, terminaram enterradas em um quintal britânico depois de meio século.
A outra grande descoberta numismática continha 63 moedas de ouro e uma de prata com as faces dos monarcas Edward IV e Henrique VIII, foi enterrada, provavelmente, no século 16. Também incluía as iniciais de várias das esposas de Henrique VIII, incluindo Catarina de Aragão, Ana Bolena e Jane Seymour.
Quase 500 anos depois, durante a pandemia da Covid-19, moradores redescobriram as moedas enquanto tiravam ervas daninhas do jardim.
Outra descoberta amadora foi uma ferragem antiga de um móvel romano feito de liga de ferro, claramente com o rosto do deus Oceanus esculpido.
O artifato, encontrado em Old Basing, a cerca de 80 km em Londres, pode datar do século primeiro.
Exibição das descobertas ao público
Um novo relatório do PAS mostra que 81.602 objetos foram acrescentados em 2019, antes do aumento provocado pelas caças ao tesouro durante a quarentena, e que esses itens agora são propriedade do Estado.
A Lei dos Tesouros do Reino Unido de 1996 requer que os desbravadores reportem todas as descobertas com mais de 300 anos para a autoridade da área em que as encontraram.
Se essa autoridade definir que o objeto é um tesouro, então ela a leva para o Museu Britânico para ser avaliada. O governo paga preço de mercado pelas descobertas.
A lei tem como objetivo permitir que museus locais ou nacionais adquiram tesouros históricos para que o público em geral possa aproveitá-las.
Mesmo durante a pandemia, os funcionários do PAS conseguiram contatar os descobridores e obter relíquias de importância, disse Michael Lewis, que comanda o programa, em um comunicado à imprensa.
A missão continua a “garantir que descobertas importantes para entender o passado britânico não sejam perdidas, mas registradas para posteridade”, declarou.
(Texto traduzido, leia o original em inglês)