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    Erva de Luedji Luna: Para-raio, bete branca, assa-peixe, abre-caminho e patchuli

    "Banho de Folhas" já ultrapassa 22 milhões em plataforma de streaming; entenda o significado das ervas mencionadas

    Luedji Luna
    Luedji Luna Reprodução/Instagram

    Bárbara Carvalhocolaboração para a CNN

    São Paulo

    A canção “Banho de Folhas” de Luedji Luna não apenas encanta os ouvintes com sua melodia suave e letra poética, mas também pode oferecer uma janela para o rico universo das “ervas de poder”.

    Neste mergulho na ancestralidade, a cantora, natural de Salvador (BA) e radicada em São Paulo, exalta o poder das plantas, evocando nomes como para-raio, bete branca, assa-peixe, abre-caminho e patchuli.

    O hit, cujos números no Spotify ultrapassam 22 milhões de reproduções, pode servir como um lembrete da sabedoria ancestral, que reconhece nas plantas não apenas elementos botânicos e químicos, que podem impactar na saúde física, como também elementos usados para a proteção espiritual.

    Mas o que Luedji quis expressar, exatamente, ao mencionar essas ervas?

    Em entrevista à CNN, a compositora explica que as folhas presentes na letra foram prescritas após uma leitura de jogo de Búzios, para ela e para Emillie Lapa, também autora da canção.

    “A finalidade específica de cada folha é de conhecimento [exclusivo] de um sacerdote, pai de santo ou mãe de santo. Mas, de forma geral, essas e outras folhas nas religiões [Umbanda e Candomblé] são usadas para limpeza espiritual“, diz Luna, que é candomblecista, iniciada aos 28 anos na casa de religião Hunkpame Avejida Dan Oyá, nação Jeje Mah, em São Paulo.

    Sobre a maneira indicada de utilizá-las em banhos de ervas, a cantora complementa que, na Bahia, são folhas que precisam ser maceradas com as mãos e não levadas ao fogo como chá, por exemplo.

    Xô mau-olhado; ervas para além de temperos!

    A sacerdotisa de religião afro-brasileira Solange Ciavatta, de 58 anos, que também é comunicóloga, pesquisadora de ervas e plantas no uso sagrado de pajés de diferentes povos originários do Brasil e dos Estados Unidos, acrescentou à CNN que o apanhado mencionado pode, ainda, remeter a plantas utilizadas em cuidados para proteção espiritual, conexão com o divino e limpeza energética.

    Em um contexto espiritual, a erva para-raio pode ser vista como um escudo protetor contra energias negativas e intrusas. Suas propriedades medicinais não apenas fortalecem o corpo físico, mas também ajudam a purificar e elevar a energia ao nosso redor, promovendo uma sensação de segurança e equilíbrio espiritual.

    Já a bete branca, com sua essência suave, pode ser considerada uma ponte entre o plano terreno e o espiritual. Suas propriedades expectorantes e calmantes não só aliviam os sintomas físicos, mas também ajudam a limpar e harmonizar o corpo energético, facilitando a conexão com dimensões superiores.

    Sobre assa-peixe, com sua natureza purificadora, pode ser considerada como um canal de energia que desobstrui os bloqueios espirituais e abre caminhos para a renovação e o crescimento pessoal. Seu uso energético pode ser percebido como uma liberação de padrões negativos e uma abertura para novas possibilidades e experiências espirituais.

    Abre-caminho, como o próprio nome sugere, é uma planta que clareia e desimpede os caminhos espirituais, removendo obstáculos e facilitando a jornada rumo à evolução e ao autoconhecimento. Sua energia dinâmica e revitalizante pode ser invocada para superar desafios e encontrar novas direções em nossa jornada espiritual.

    Por fim, o patchuli, com seu aroma terroso e envolvente, tem o poder de ancorar e estabilizar a energia espiritual, criando um senso de aterramento e conexão com a terra. Seu uso energético pode nos ajudar a nos sentir enraizados e centrados, enquanto exploramos os reinos espirituais mais elevados.

    Assista ao videoclipe “Banho de Folhas” de Luedji Luna