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    Concurso Miss Universo contará com duas candidatas trans pela primeira vez

    Miss Portugal, Marina Machete, e Miss Holanda, Rikkie Kollé, estão entre as cerca de 90 finalistas de todo o mundo participantes do concurso; Coroação será em novembro, em El Salvador

    Miss Holanda, Rikkie Kolle, será uma das concorrentes para a coroa do Miss Universo 2023
    Miss Holanda, Rikkie Kolle, será uma das concorrentes para a coroa do Miss Universo 2023 Reprodução/Instagram/@missnederland

    Christy Choida CNN

    O concurso Miss Universo deste ano contará com pelo menos duas mulheres trans pela primeira vez, depois que a comissária de bordo Marina Machete, de 23 anos, foi eleita Miss Portugal na semana passada.

    Machete competirá pela coroa no 72º concurso Miss Universo em El Salvador em novembro, ao lado de Rikkie Kollé, que em julho se tornou a primeira transgênero vencedora do Miss Holanda.

    Em um vídeo publicado no canal português do concurso no YouTube antes do evento, Machete falou sobre os direitos trans como parte da sua plataforma, descrevendo como “alarmantes” os níveis crescentes de “transfobia e intolerância” em todo o mundo. Ela acrescentou que foi “comovente” ver a Organização Miss Universo, que mudou suas regras para permitir concorrentes trans em 2012, ser inclusiva e “quebrar fronteiras”.

    “Como mulher trans, passei por muitos obstáculos ao longo do caminho, mas felizmente, e principalmente com minha família, o amor se mostrou mais forte que a ignorância”, disse ela no vídeo.

    Se uma das duas candidatas vencer, elas se tornarão a primeira mulher trans a usar a tiara. Em 2018, a espanhola Ángela Ponce tornou-se a primeira concorrente trans do concurso, mas não avançou para a final.

    Nem Machete nem os organizadores do Miss Portugal responderam aos pedidos de entrevista, embora, em nota à CNN, a Organização Miss Universo tenha dito: “Mulheres trans são mulheres, ponto final. Estamos aqui para celebrar as mulheres, ponto final. Isto é verdade há mais de uma década e estamos orgulhosos de ter feito esta mudança muito cedo, em comparação com outros programas”.

    Ao longo da última década, o Miss Universo, um dos concursos de beleza mais assistidos do mundo, tem enfrentado apelos crescentes por maior diversidade, representação e inclusão.

    A organização suspendeu a proibição de concorrentes transexuais depois que Jenna Talackova, uma concorrente trans no concurso nacional Miss Universo Canadá, foi informada pelos organizadores de que seria desqualificada porque havia sido submetida a uma cirurgia de afirmação de gênero e, portanto, não atendia aos requisitos para o concurso.

    Na época, os funcionários do Miss Universo insistiram que a mudança foi feita apesar, e não por causa, de uma ação legal ameaçada por um advogado agindo em nome de Talackova.

    Em 2022, a Organização Miss Universo foi comprada pela magnata da mídia tailandesa e defensora dos direitos dos transgêneros Anne Jakkaphong Jakrajutatip, a estrela das versões tailandesas de reality shows como “Project Runway”, por US$ 20 milhões. Jakrajutatip, que também é CEO do JKN Global Group, uma empresa de distribuição de mídia com sede na Tailândia, falou abertamente sobre suas experiências como mulher trans.

    Em comunicado divulgado à CNN na quinta-feira (12), a Organização Miss Universo disse que está “sempre evoluindo” e atualizando as regras, acrescentando que nos últimos dois anos mulheres casadas e divorciadas, mulheres grávidas e mulheres com filhos foram autorizadas a aderir. Em 2024, os organizadores também removerão o limite de idade que atualmente restringe a até 28 anos.

    “A partir do próximo ano, todas as mulheres adultas do mundo poderão competir para ser Miss Universo”, acrescentou o comunicado.

    Tanto Machete como Kollé usaram as suas plataformas para promover uma visão mais inclusiva dos concursos de beleza e para encorajar outras pessoas a sentirem-se inspiradas.

    “O Miss Universo nos pediu para nos descrevermos em uma palavra”, disse Kollé em um vídeo postado em sua página do Instagram antes da final do Miss Holanda. “A palavra que estou escolhendo é ‘vitória’, porque quando menino conquistei todas as coisas que passaram pelo meu caminho – e olhe para mim agora, aqui como uma mulher trans forte, empoderada e confiante”.

    “Nunca se esqueça que podemos fazer isso juntos, você não está sozinho neste planeta. Nunca pare de sonhar em ser o seu VOCÊ definitivo e confiante!”, ela escreveu na legenda que acompanha. “Nunca deixe alguém te dizer o que é bom para você, porque a única coisa que importa é que você se torne a melhor versão de si mesmo”.

    O Miss Universo, que está em exibição desde 1952, avalia as concorrentes com base em declarações pessoais e entrevistas detalhadas, bem como em competições de vestidos de festa e trajes de banho. Este ano, cerca de 90 mulheres de todo o mundo competirão no concurso. Embora quase todas as finalistas já tenham sido selecionadas, alguns países, incluindo a China, ainda não confirmaram a sua representante.

    Este conteúdo foi criado originalmente em CNN Style.

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