Com saltos quebrados e saias rasgadas, desfile “caótico” viraliza na internet
Com erros propositais, marca quis criticar a moda de luxo no desfile de Milão
Paris, Nova York, Londres, Milão. As mais prestigiadas Fashion Weeks são consideradas o Oscar da Moda – o momento ideal para as marcas mostrarem as suas melhores criações para o mundo.
Com a crítica cada vez mais aguçada e o público hiper conectado, os shows podem ser avaliados como um “sucesso” ou fracasso em questão de minutos.
À primeira vista, o desfile da marca italiana AVAVAV em Milão foi um desastre. Um vídeo do desfile viralizou no TikTok com quase 79 milhões de visualizações. Nas imagens, “erros” constrangedores acontecem com as modelos.
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Em um clipe, os dois saltos da bota de uma modelo quebram; em outros, o top e a saia das manequins desprendem e caem, revelando a roupa íntima. A seguir, a alça se solta de uma bolsa, que acaba caindo no chão.
As falhas parecem não ter fim. Ao final, como se não bastasse, a parede que separa a passarela dos bastidores cai bem na hora dos cumprimentos da estilista.
Nos comentários do vídeo – que já conta com mais de seis milhões de curtidas -, internautas relatam “confusão” ao assistir as cenas: “Que caótico kkkkkkk”, “Estou tão confusa, como eles conseguiram rasgar tudo assim?”.
Em outro, lia-se “Era tudo de propósito”.
Estratégia Planejada
Não demorou muito para que o público entendesse que todos os “erros” faziam parte do conceito da marca para a apresentação. Os deslizes e descuidos foram estrategicamente planejados para elaborar uma crítica ao luxo.
Em seu perfil no Instagram, a marca explicou que a diretora criativa Beate Karlsson pensou em “explorar e quebrar” as regras da moda de alto padrão e deu o nome de “Fake it til you break it” à coleção de Outono/Inverno 2023 – algo como “Finja até quebrar”.
A expressão é um trocadilho com “Fake it until you make it”, que significa “Finja até ser”, ou “Finja até conseguir”.
A estilista explicou que tentou explorar a “vulnerabilidade da moda e do luxo”, e o que acontece quando as falhas acabam com a “ilusão de riqueza”.
Ela concluiu dizendo que a “atitude mais legal é expor a própria vulnerabilidade e carregá-la como um acessório”.
Resta saber se a queda da parede no palco também foi planejada.