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    Artistas dão vida a pinturas famosas nos Estados Unidos; veja fotos

    Com maquiagem, luzes, trajes e poses, artistas se transformam em réplicas de algumas das pinturas mais famosas do mundo

    Jacqui Palumbo, da CNN

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    Todo verão, em um palco em Laguna Beach, Califórnia, os artistas se transformam em “tableaux vivant”, ou quadros vivos.

    Eles agem rapidamente sob uma luz fraca em vermelho ou azul, que obscurece os movimentos. Quando, depois, as luzes fortes do palco se acendem, eles estão prontos, formando réplicas quase idênticas de obras de arte famosas. Pode ser uma representação de “Nighthawks”, a pintura sombria de Edward Hopper de meados do século 20, ou o misterioso retrato da realeza espanhola de Diego Valasquez, “Las Meninas”.

    Para a maioria do público do evento anual “Pageant of the Masters”, a ilusão permanece perfeitamente imóvel a cada cena de 90 segundos. Olhe atentamente, entretanto, e você verá as figuras se moverem levemente, ou as rugas aparecem sob a maquiagem na pele.

    Olhar para esses detalhes foi exatamente o que fez o fotógrafo Matthew Rolston, cuja nova exposição no Laguna Art Museum apresenta retratos impressionantes dos voluntários que se transformam em obras de arte a cada ano. “Peguei meus binóculos e olhei para aqueles rostos no palco de perto, com sua maquiagem rachada”, disse.

    O fotógrafo ficou famoso por fazer retratos glamorosos de celebridades para a revista “Interview”, de Andy Warhol, na década de 1980, mas, na exposição, Rolston “olhou para a imperfeição de tudo”, disse, acrescentando: “E foi isso que realmente me comoveu”.

    Feitas nos bastidores contra fundos simples, as fotos tiram os artistas performáticos de seus ambientes familiares, ou seja, os palcos modelados de acordo com as obras de arte que eles imitam.

    Atriz reproduz "Angelica e Rogero", escultura do século XIX de Antoine-Louis
    Atriz reproduz “Angelica e Rogero”, escultura do século XIX de Antoine-Louis Barye
    Foto: Matthew Rolston/Cortesia de Fahey-Klein, Los Angeles

    A voluntária que interpreta Eva em uma pintura do século 17 de Peter Paul Rubens e Jan Brueghel, o Velho, por exemplo, é transportada do Jardim do Éden para um plano de fundo escuro e liso, destacando seu cabelo ruivo caindo pelos ombros enquanto ela segura uma maçã. Os imitadores de uma pintura de David Hockney de 1968 foram retirados da cena suburbana com cores em bloco usadas pelo artista, fazendo suas roupas pintadas e maquiagem exagerada parecerem ainda mais misteriosas.

    “Quando eles estão no palco, não são mais indivíduos, são figuras em um quadro”, disse Rolston. “E, de certa forma, a identidade pessoal deles é retirada para essa experiência, para o público. Então (nessas fotos) você pode ver aquela qualidade um pouco perturbadora da identidade deles aparecendo através de uma camada de truque.”

    Uma antiga tradição

    O evento “Pageant of the Masters”, parte do Festival de Artes de Laguna Beach, é realizado na cidade costeira há quase um século. Em 1933, durante a primeira exibição, então chamada “Living Pictures”, foi apresentada uma recriação de “Whistler’s Mother”, famoso retrato de James McNeill Whistler, entre outras obras de arte.

    Desde o século 19, artistas impressionistas migraram para a costa da Califórnia. Laguna Beach tornou-se, então, uma comunidade criativa próspera. Mas, com a chegada da Grande Depressão nos anos 1930, a cidade precisou estimular os gastos e se posicionar como destino turístico. É o que conta a atual diretora do evento, Diane Challis. “Tudo começou de um jeito muito humilde. Era tudo feito ao ar livre”, relatou.

    Atriz reproduz a pintura "O Jardim do Éden e a Queda do Homem", do século XVII
    Atriz reproduz a pintura “O Jardim do Éden e a Queda do Homem”, do século XVII
    Foto: Matthew Rolston/Cortesia de Fahey-Klein, Los Angeles