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    Zelensky vai apresentar plano a Biden para acabar com guerra na Ucrânia

    Ucraniano não deu mais detalhes, mas disse que também discutiria o plano com a vice-presidente democrata Kamala Harris e provavelmente também com o republicano Donald Trump

    Olena HarmashTom Balmforthda Reuters , em Kiev

    O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse, nesta terça-feira (27), que a guerra com a Rússia acabaria em diálogo, mas que Kiev tinha que estar em uma posição forte e que ele apresentaria um plano ao presidente dos EUA, Joe Biden, e seus dois potenciais sucessores.

    O líder ucraniano, em entrevista coletiva, disse que a incursão de Kiev na região russa de Kursk, que já dura três semanas, fazia parte desse plano, mas que também inclui outras medidas nas frentes econômica e diplomática.

    “O ponto principal deste plano é forçar a Rússia a acabar com a guerra. E eu quero muito isso – [que seja] justo para a Ucrânia”, disse ele a repórteres em Kiev sobre a guerra iniciada pela invasão em larga escala da Rússia em fevereiro de 2022.

    Ele não deu mais detalhes sobre os próximos passos, mas disse que também discutiria o plano com a vice-presidente democrata Kamala Harris e provavelmente também com o republicano Donald Trump, os dois candidatos da eleição presidencial dos EUA.

    Zelensky disse que esperava ir aos Estados Unidos em setembro para participar da Assembleia Geral da ONU em Nova York e que estava se preparando para se encontrar com Biden.

    Seus comentários indicam que ele vê o principal fórum potencial para negociações como uma cúpula internacional de acompanhamento sobre a paz, na qual a Ucrânia disse que quer que a Rússia tenha representantes.

    A primeira cúpula para promover a visão de paz de Kiev, realizada na Suíça em junho, excluiu claramente a Rússia, ao mesmo tempo em que atraiu dezenas de delegações, mas não da China, a segunda maior economia do mundo, apesar do esforço de Kiev para conquistar o Sul Global.

    O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse em 19 de agosto que as negociações estavam fora de questão depois que a Ucrânia lançou uma grande invasão na região russa de Kursk em 6 de agosto.

    O primeiro-ministro indiano Narendra Modi, que esteve em Kiev na semana passada, falou por telefone com o presidente russo Vladimir Putin na terça-feira e disse que apoiava uma resolução rápida e pacífica para o conflito na Ucrânia.

    “Sem compromissos com Putin”

    Zelensky tem sido inflexível ao afirmar que a Rússia quer ditar os termos à Ucrânia em qualquer acordo de guerra, algo que Kiev vê como inaceitável.

    Putin disse que qualquer acordo precisa começar com a aceitação da Ucrânia da “realidade no terreno”, o que deixaria a Rússia com a posse de pedaços substanciais de quatro regiões ucranianas, bem como da Crimeia.

    Agora, a Ucrânia diz que controla mais de 1.200 km² da região de Kursk na Rússia.

    “Não pode haver concessões com Putin, o diálogo hoje é, em princípio, vazio e sem sentido porque ele não quer acabar com a guerra diplomaticamente”, disse Zelensky na entrevista coletiva.

    Ele disse que a ofensiva na região de Kursk reduziu o número de governos ao redor do mundo pedindo que a Ucrânia faça concessões à Rússia para acabar com a guerra e abrir mão de faixas de território.

    No campo de batalha, Zelensky zombou de Putin, que, segundo ele, estava priorizando a captura de terras ucranianas em detrimento da defesa do próprio território russo.

    Ele apontou para a região de Kursk, onde a Ucrânia reivindicou a captura de 100 assentamentos, enquanto as forças russas continuam avançando na região oriental de Donetsk.

    O líder ucraniano também disse que Kiev continua a progredir na produção nacional de armas e que realizou seu primeiro teste de um míssil balístico produzido internamente.

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