Zelensky diz que não haverá negociações até que a Rússia saia de todas as terras ucranianas
Em coletiva de imprensa, presidente da África do Sul pediu desaceleração do conflito pela Ucrânia, com o que Zelensky parecia estar em desacordo
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que qualquer conversa de paz com a Rússia só é possível após a retirada completa das tropas russas dos territórios ocupados.
“Hoje, eu disse claramente e repetidamente em nossa reunião que permitir qualquer negociação com a Rússia, agora que o ocupante está em nossa terra, significa congelar a guerra, congelar a dor e o sofrimento”, disse Zelensky em entrevista coletiva após se reunir com vários líderes africanos em Kiev.
“É óbvio que a Rússia agora está tentando retornar às suas velhas táticas primitivas de engano. Mas enganar o mundo, na Rússia, não funcionará mais. É definitivamente impossível enganar a Ucrânia. Enfatizo mais uma vez: precisamos de paz real e, portanto, uma verdadeira retirada das tropas russas de toda a nossa terra independente”, disse o presidente.
Zelensky parecia estar em desacordo com o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, que estava ao lado dele na coletiva de imprensa e pediu uma redução no conflito.
Ramaphosa disse que “deve haver desescalada de ambos os lados para que a paz possa encontrar uma maneira de resolver o problema”.
Grãos do Mar Negro
Zelensky disse que ele e os líderes africanos também discutiram o acordo de grãos do Mar Negro, que é crucial para a segurança alimentar em todo o mundo. A Ucrânia é um dos principais exportadores de grãos do mundo.
“Nós realmente ajudamos o mundo e precisamente muitos povos da África, Ásia e Europa a manter a estabilidade social e a previsibilidade de preços no mercado de alimentos por meio de nossas exportações. Junto com parceiros, estamos trabalhando em centros de grãos na África”, disse Zelensky.
Em maio, o acordo de grãos foi prorrogado por dois meses em um acordo intermediado pela Turquia e as Nações Unidas.
“O abastecimento de alimentos deve ser garantido de forma confiável e o direito de todos à alimentação deve ser garantido, impedindo qualquer tentativa de Estados como a Rússia de usar a ameaça da fome e da instabilidade social para chantagear o povo”, disse ele.