Zelenska, “guru” de Putin e Lavrov, conheça 6 personagens da guerra na Ucrânia
Invasão da Rússia teve início há seis meses e movimentou lideranças em todo o mundo
A guerra na Ucrânia se estende pelo 6° mês, sem uma previsão de término em um horizonte próximo. A Rússia foca, no momento, em avanços no leste do território ucraniano, onde está a região de Donbass.
Durante o conflito, diversos personagens ganharam destaque, como a primeira-dama Olena Zelenska, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, e, mais recentemente, um “guru” do presidente Vladimir Putin, que teve a filha assassinada em uma explosão.
A seguir, a CNN lista seis dessas pessoas que ganharam destaque durante o conflito.
Olena Zelenska
A primeira-dama Olena Zelenska, de 44 anos, surgiu como forte apoiadora do governo do marido, Volodymyr Zelensky, e incentivadora das tropas ucranianas pela internet.
Antes do conflito, em 2019, quando Zelensky foi eleito, ela focava suas pautas em causas sociais e humanitárias.
Zelenska nasceu em Kryvyi Rih, no sudeste da Ucrânia, em 6 de fevereiro de 1978, e conheceu o marido na universidade, tendo estudado no Instituto da Economia de sua cidade natal.
“Estes foram os meses mais horríveis da minha vida e da vida de todos os ucranianos”, disse Zelenska à Vogue, em uma entrevista realizada em Kiev.
Após a invasão da Rússia à Ucrânia, Olena falou sobre o temor em ela e sua família tornarem-se alvos de ataques. “Não posso pensar nisso muito a sério, porque senão ficaria paranoica”, disse à Vogue.
O casamento aconteceu em 2003 e teve a filha Oleksandra um ano depois. O filho, Kyrylo, nasceu em 2013.
Ela também saiu da área acadêmica, entrando no showbusiness e ajudando Zelensky a criar performances de stand-up para o programa de comédia de TV russo KVN, de acordo com a agência de imprensa ucraniana UNIAN. Mais tarde tornou-se roteirista da produtora de TV Kvartal 95 Studio, que ela co-fundou.
Recentemente, esteve envolvida em uma polêmica por posar em meio a cenários de guerra para a revista Vogue.
Alexander Dugin (“guru” de Putin)
Alexander Dugin perdeu a filha Darya durante uma explosão no carro em que ela se encontrava, no sábado (20). Ele é considerado um dos nacionalistas russos mais influentes do país.
Vindo de uma família de oficiais militares russos, sua jornada foi notável: de ideólogo marginal a líder de uma corrente proeminente de pensamento na Rússia que vê Moscou como o coração de um império “eurasiano” que desafia a decadência ocidental. Ele é o fundador espiritual do termo “o mundo russo”.
Ao longo do caminho, essa vertente incorporou uma profunda aversão à identidade da Ucrânia fora da Rússia.
Dugin, de 60 anos, ajudou a reviver a expressão “Novorossiya” ou Nova Rússia – que incluía territórios de partes da Ucrânia – antes da anexação russa da Crimeia em 2014. O presidente russo Vladimir Putin, inclusive, usou a palavra ao declarar a Crimeia parte da Rússia em março daquele ano.
Darya Dugina
FIlha do “guru” de Putin, Darya Dugina, ela também defendia a invasão à Ucrânia pelas tropas russas. Ela nasceu em 1992, e se formou em filosofia na Lomonosov Moscow State University, onde mais tarde conseguiu um PhD.
Seu papel nas tensões com a Ucrânia não é de hoje. Em 2014, quando a Crimeia foi anexada pela Rússia, ela afirmou que o país do Leste Europeu vivia uma ditadura, por influência de uma “agenda globalista e pró-americana”.
Além disso, questionava a veracidade de informações sobre o conflito divulgadas na mídia Ocidental e acusava outros países de cultivarem uma cultura de “russofobia”
Vadim Shishimarin
O jovem soldado russo de 21 anos foi o primeiro a ser julgado por crimes de guerra na Ucrânia após o início do conflito. Ele se declarou culpado de matar um civil desarmado de 62 anos após receber ordens.
O caso foi um dos marcos do conflito, visto que a Ucrânia acusa a Rússia de cometer diversos crimes de guerra, como atirar indiscriminadamente contra a população do país e mirar alvos não militares.
“Sob a impressão de que o civil pretendia denunciá-los às Forças Armadas Ucranianas, um dos soldados ordenou que Shishimarin matasse o civil”, disse o promotor do caso à época.
O governo russo afirmou que não teve informações sobre o julgamento e que não ter uma missão diplomática no país dificultava o auxílio ao soldado.
Sergey Lavrov
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, lidera a diplomacia russa há quase 20 anos. Lavrov defende publicamente a invasão da Rússia à Ucrânia e, recentemente, reuniu-se com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken– 5 meses após o início da guerra.
Na reunião, realizada por telefone, Blinken disse que advertiu Lavrov por tentar anexar mais partes da Ucrânia, enfatizando que o “mundo não reconhecerá as anexações” e que“irá impor custos adicionais significativos à Rússia se o país avançar com esses planos”.
Lavrov, que é diplomata desde a União Soviética, é fiel ao presidente Vladimir Putin e conquistou poder e dinheiro em sua trajetória política. No segundo dia da guerra tornou-se alvo dos Estados Unidos com sanções econômicas.
Ele minimizou a ameaça de sanções contra o país.
“Bem, estamos acostumados a isso. Sabemos que as sanções serão impostas de qualquer forma, em qualquer caso. Com ou sem razão”, acrescentou.
Vitali Klitschko
Vitali Klitschko, prefeito da capital da Ucrânia, Kiev, já viajou o mundo representando seu país como boxeador. Com Kiev no protagonismo desde o início da guerra, o prefeito não ficou nos bastidores em relação às medidas de proteção durante a guerra.
Ex-campeão mundial de boxe dos pesos pesados, Klitschko afirmou que os ucranianos “ficaram na frente de um dos exércitos mais fortes do mundo”.
Vitali Klitschko chegou a escrever uma carta ao Papa Francisco pedindo ao pontífice que visitasse a cidade. Klitschko escreveu para Francisco no dia 8 de março, dizendo que a presença do Papa em Kiev é a “chave para salvar vidas e asfaltar o caminho para a paz na cidade, no país e além”.
Ele também ordenou a remoção de uma escultura da era soviética no Centro de Kiev que comemora a “amizade” entre russos e ucranianos.
Em entrevista à CNN, Klitschko acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de tentar refazer a União Soviética e tornar a Ucrânia “parte do império russo”.
O prefeito disse que os ucranianos vão lutar por “cada praça” e “cada rua” de Kiev caso as forças russas avancem sobre a cidade.