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    Xi diz a Putin ter confiança de que russos o apoiarão nas eleições de 2024

    Putin, que chegou ao poder no último dia do ano de 1999, quando Boris Yeltsin renunciou, é o líder do Kremlin há mais tempo no poder desde Josef Stalin

    Presidente russo, Vladimir Putin, recebe o líder chinês, Xi Jinping, em Moscou
    Presidente russo, Vladimir Putin, recebe o líder chinês, Xi Jinping, em Moscou 20/03/2023Sputnik/Sergei Karpukhin/Pool via REUTERS

    Guy Faulconbridgeda Reuters

    Por Guy Faulconbridge, da Reuters

    O presidente chinês, Xi Jinping, disse ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, nesta segunda-feira (20), que está convencido de que os russos o apoiarão na eleição presidencial marcada para o ano que vem, mesmo que o chefe do Kremlin ainda não tenha dito se tentará conquistar um novo mandato.

    Putin, que chegou ao poder no último dia do ano de 1999, quando Boris Yeltsin renunciou, é o líder do Kremlin há mais tempo no poder desde Josef Stalin.

    “Eu sei que a Rússia realizará uma eleição presidencial”, disse Xi a Putin em mandarim. “Sob sua forte liderança, a Rússia fez grandes progressos em seu próspero desenvolvimento. Estou confiante de que o povo russo continuará lhe dando seu firme apoio”.

    Enquanto as palavras de Xi eram traduzidas para o russo, Putin olhou Xi nos olhos e sorriu brevemente.

    O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, apontou rapidamente que Xi não havia dito especificamente que Putin participaria da eleição do próximo ano, mas acrescentou que o Kremlin compartilhava a confiança de Xi no apoio dos russos a Putin.

    Xi e Putin conversaram em particular e depois jantaram juntos. O cardápio incluía blini com codornas e cogumelos; sopa de esturjão sterlet; sorbet de romã, nelma — uma espécie de salmão branco do Ártico — com vegetais; carne de veado com molho de cereja; pavlova; e vinhos da região de Krasnodar, no sul da Rússia.

    Quando chegou ao poder, Putin prometeu acabar com o caos que tomou conta da Rússia após a queda da União Soviética em 1991, mas a invasão da Ucrânia no ano passado desencadeou de longe o maior desafio de seu governo.

    A guerra inaugurou o confronto mais grave com o Ocidente desde a crise dos mísseis cubanos de 1962, enquanto os militares da Rússia sofreram uma série de derrotas na Ucrânia e o Ocidente impôs as sanções mais difíceis de todos os tempos na economia russa, de 2,1 trilhões de dólares.

    A parceria “sem limites” da China com a Rússia está sendo acompanhada de perto pelo resto do mundo, com os EUA preocupados com o fato de Pequim poder enviar armas para Moscou.

    A China nega essa possibilidade, e também critica o que vê como uma vontade do Ocidente de estimular a guerra da Ucrânia.

    Xi foi o primeiro líder a se reunir com o presidente russo desde que o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão para ele na sexta-feira (17) pela deportação de crianças ucranianas para a Rússia durante a invasão à Ucrânia.

    Moscou disse que a acusação era uma das várias “exibições claramente hostis” e abriu um processo criminal contra o promotor e os juízes do TPI. Pequim disse que o mandado reflete padrões duplos.

    Xi chamou Putin de “querido amigo”, e Putin usou o mesmo termo para seu convidado.

    “Nos últimos anos, a China deu um tremendo salto adiante em seu desenvolvimento”, disse Putin. “Isso desperta interesse genuíno em todo o mundo, até nós os invejamos um pouco”.