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    Waack: Putin sabe que a Rússia não é para os fracos

    Presidente russo afirmou, nesta segunda-feira (26), que a rebelião do Grupo Wagner seria "reprimida de qualquer maneira"

    William Waackda CNN

    Na Rússia, em séculos de história, ninguém desafiou impunemente a “figura forte” da vez. Mas é o que está fazendo um criminoso convertido em chefe de mercenários a serviço do Kremlin, Yevgeny Prigozhin, proprietário do Grupo Wagner.

    Na longa história russa, nenhum chefão no centro do poder passou por uma humilhação como a que é imposta a Vladimir Putin. A tradição na sociedade russa é a da autocracia – não a da liberdade.

    Nos últimos 120 anos da política russa, os períodos de liberdade política foram tão raros que podem ser contados com os dedos de uma só mão.

    Putin, por exemplo, nutre desprezo por Mikhail Gorbachev, o ex-presidente que tentou reformar o regime. Ao deixar de parecer um homem forte, Gorbachev passou a ser abertamente contestado, ridicularizado e desrespeitado.

    É um fenômeno político no qual o próprio Putin está envolvido, agora.

    Traidores morrem com tiro na nuca, diziam os próprios homens fortes da antiga espionagem soviética com os quais Putin montou seu ferrolho de poder.

    Descrido pelo próprio mandatário russo como traidor, o chefão do Grupo Wagner escapou de qualquer punição – até aqui. Seus mercenários também. Vai ficar assim?

    Ser um homem forte neste regime tem seus riscos, e o pior deles é parecer fraco.

    É onde Putin está neste instante.