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    Waack: Maduro paga favor de Lula com pontapé

    Venezuela, se ouviu algum recado de Brasília para não cometer desatinos contra a Guiana, em público está ignorando

    William Waack

    O ditador Nicolás Maduro está pagando com um pontapé nos fundilhos o enorme favor que Lula lhe fez.

    O presidente brasileiro empenhou-se em melhorar a projeção internacional do chefe de um regime acusado de violação de direitos humanos pela Organização das Nações Unidas (ONU), e está colhendo em retribuição uma ação ilegal, irresponsável e perigosa de anexação de um pedaço enorme de um país vizinho, a Guiana.

    O que Maduro está fazendo pode até ser visto como jogada política isolada e localizada, mas num mundo em rápida dissolução da ordem internacional até aqui vigente, fatos como anexação de território vizinho raramente ficam circunscritos geograficamente.

    Qualquer disputa territorial hoje, baseada ou não na cobiça por riquezas naturais, transforma-se imediatamente numa questão de quem impõe qual ordem em qual lugar. E é o que já está acontecendo com Guiana e Venezuela, aliada primordial dos contestadores da ordem internacional chamada de liberal.

    O Brasil está saindo-se pequeno nessa história. A Venezuela, se ouviu algum recado de Brasília para não cometer desatinos, em público está ignorando. Não é a primeira a fazer isso com Lula.

    A Colômbia deu uma bronca no presidente brasileiro pela intenção de explorar combustíveis fósseis na Amazônia. O Chile deu outra bronca por conta das posições de Lula na invasão da Ucrânia pela Rússia. São governos de esquerda.

    Um de direta, o do Uruguai, não perde chance de criticar o governo brasileiro em questões comerciais. E o eleitorado argentino mandou Lula passear numa eleição presidencial na qual o presidente brasileiro resolveu se meter em favor do candidato derrotado.

    Mas nada se compara à desfeita de Maduro. É no que dá amizade com ditador.