Waack: Guerra da Ucrânia não é questão de direita ou esquerda
O presidente do Chile, Gabriel Boric, deu uma lição a chefes de Estado de mais de 50 países
Chefes de Estado e de governo de mais de 50 países da Europa e da América Latina terminaram, nesta terça-feira (18), um encontro em Bruxelas, mas não conseguiram um texto comum condenando a invasão da Ucrânia pela Rússia.
O grande problema, para alguns latino-americanos, era chamar as coisas pelo verdadeiro nome.
E chamar uma invasão pelo nome que merece – agressão – não é uma questão de ser de direita ou de esquerda.
A lição foi dada pelo presidente do Chile, Gabriel Boric, que, como todo mundo sabe, é um homem de esquerda.
“Vamos falar com clareza”, discursou Boric no encontro entre União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
“O que acontece na Ucrânia é uma guerra imperial, inaceitável e na qual se viola o direito internacional.”
“Estimados colegas”, apontou Boric, “hoje é a Ucrânia, mas um dia pode ser qualquer um de nós. O importante não é o nome deste ou daquele líder de um país, mas o respeito ao direito internacional.”
A lição dada pelo presidente chileno a seus colegas, entre eles o presidente brasileiro, é lapidar.
O que realmente permite avançar não são as simpatias ideológicas: são os princípios universais.
Aderir a eles não é uma questão de direita ou esquerda.