Voo com brasileiros repatriados da Cisjordânia chega a Brasília
Aeronave havia decolado da Jordânia na tarde de quarta-feira (1º) e fez paradas na Itália e na Espanha antes de chegar ao Brasil
O avião da Presidência da República com brasileiros repatriados da Cisjordânia chegou à Base Aérea de Brasília na manhã desta quinta-feira (2).
A aeronave VC-2 (modelo Embraer 190) havia decolado da Jordânia na tarde de quarta-feira (1º) e fez paradas na Itália e na Espanha antes de chegar a Recife, onde seis dos 32 repatriados de 12 famílias diferentes desembarcaram.
Faziam parte do grupo 30 brasileiros, uma jordaniana e um palestino, ambos casados com brasileiros. São 12 homens, 9 mulheres e 11 crianças. Seis idosos também integravam o grupo.
Conforme o governo federal, o destino dos repatriados da Cisjordânia será: Foz do Iguaçu (oito), São Paulo (cinco), Florianópolis (quatro), Recife (três), Rio de Janeiro (dois), Fortaleza (três), Curitiba (dois), Goiânia (dois), Brasília (dois) e Porto Alegre (um).
Segundo o médico da Força Aérea Brasileira (FAB) que integrou a operação, a condição geral de saúde dos resgatados era boa. Havia dois idosos com dificuldade de locomoção, e pessoas com comorbidades, como diabetes e hipertensão.
Nenhum dos repatriados havia sido ferido por situações relacionadas à guerra.
“Esse aspecto de lesões próprias do combate, físicas, não encontramos”, disso o capitão médico Gustavo Messias Costa, em entrevista a jornalistas depois do desembarque em Brasília.
“Obviamente existia uma ansiedade, uma apreensão muito grande, própria da saída de uma área de conflito, de todo o trâmite burocrático que há para embarque de uma área internacional para se repatriado.”
Segundo o médico, foram feitas ao menos 12 consultas psicológicas e médicas, durante o voo.
“Foi uma viagem linda, muito bonita, eu agradeço o nosso governo que nos trouxe para cá, foi mil maravilhas. Parabéns para o Brasil, viva o Brasil!”, exclamou uma das repatriadas logo após o desembarque.
Amer Aziz, um dos repatriados, relatou a repórteres o clima tenso na região. Questionado sobre um possível retorno à Palestina no futuro, ele declarou: “Se [a situação] acalmar, depois a gente volta. Se não acalmar, vamos ficar aqui”.
Brasileiros não estão na 2ª lista de estrangeiros autorizados a sair de Gaza, diz embaixada
A embaixada do Brasil na Palestina divulgou nesta quinta a segunda lista de estrangeiros autorizados a sair da Faixa de Gaza, ainda sem brasileiros.
De acordo com o embaixador Alessandro Candeas, os países contemplados são Azerbaijão, Barhein, Bélgica, Coreia do Sul, Croácia, Estados Unidos, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Macedônia, México, Suíça, Sri Lanka e Chade.
O grupo dos Estados Unidos tem 400 pessoas. No total, 576 estrangeiros foram autorizados a deixar o território palestino, segundo a embaixada.
O primeiro grupo de feridos cruzou a fronteira para o Egito e deixou a Faixa de Gaza em ambulâncias na quarta-feira (1º), disseram a mídia local egípcia e uma fonte na fronteira à Reuters. Cerca de 500 pessoas devem deixar o território palestino.
Passagem de brasileiros
De acordo com a apuração do analista de política da CNN Caio Junqueira, o embaixador do Brasil no Egito, Paulino Carvalho, disse à CNN não ter informações sobre os motivos pelos quais os brasileiros não estão na lista de estrangeiros que foram autorizados a deixar Gaza na quarta (1º).
“Certeza dos motivos de não haver brasileiros a gente não tem, mas sabemos que outros países não entraram na primeira lista também. Chineses, russos, americanos, italianos e outros. Não é algo específico contra o Brasil”, disse Carvalho.
“O que sabemos é que será feito parceladamente. Há um limite máximo de saída, de 500 a 1.000 pessoas, pelo portão de Rafah. E temos indicações que os brasileiros poderiam sair amanhã ou depois de amanhã. Tudo será feito de modo gradual”, afirmou à CNN.
O embaixador disse que a estimativa é que haja algo entre 5.000 e 7.000 estrangeiros na Faixa de Gaza e que os brasileiros, quando retirados, irão até o Cairo antes de se deslocarem ao Brasil.
Veja também – Pelo menos 400 estrangeiros devem deixar a Faixa de Gaza em segunda lista
*Com informações de Caio Junqueira, Gustavo Zanfer e da Reuters