Vídeo: exército de Israel mostra danos causados à base aérea após ataque do Irã
Crateras foram abertas após artilharia iraniana atingir o solo em ataque inédito contra Israel
Um vídeo divulgado pelo Exército de Israel mostra crateras abertas na Base Aérea de Nevatim pela artilharia do Irã após ataque em massa de drones e mísseis no domingo (14).
A filmagem foi divulgada com fotos que mostram danos a uma estrada na área de Hermon, bem como um gráfico de um mapa mostrando as rotas dos lançamentos iranianos em território israelense, dos quais 99% teriam sido interceptados, de acordo com as forças de Israel.
Também é possível ver, no vídeo divulgado, a interceptação de drones iranianos por Israel.
Foram lançados mais de 350 drones e mísseis contra o território israelense no último sábado (13).
Em uma reunião no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) neste domingo (14), as duas partes trocaram acusações.
A Reuters não conseguiu verificar de forma independente as imagens e fotos.
Por que o Irã atacou Israel?
Irã e Israel são rivais de longa data e estão envolvidos numa guerra paralela há anos.
O Irã lançou seu ataque sem precedentes em resposta a um suposto ataque israelense ao consulado iraniano em Damasco, na Síria, em 1º de abrile.
Na ocasião, foram mortos ao menos sete funcionários, incluindo Mohammed Reza Zahedi, um comandante do alto escalão da elite da Guarda Revolucionária do Irã, e o comandante sênior Mohammad Hadi Haji Rahimi
O ataque de Teerã teve como alvo a base aérea de Nevatim, disse um oficial do exército iraniano neste domingo (14), alegando que foi deste local que o ataque de Israel ao consulado iraniano foi lançado no início de abril.
Como ocorreu o ataque?
Mais de 300 armamentos – incluindo cerca de 170 drones e mais de 120 mísseis balísticos – foram disparados no imenso ataque aéreo.
Destes, “99%” foram interceptados pelos sistemas de defesa aérea de Israel e dos seus aliados, de acordo com os militares israelenses, com apenas um pequeno número chegando ao território israelense.
Como os armamentos foram interceptados?
Israel opera uma série de sistemas para bloquear ataques de tudo, desde mísseis balísticos com trajetórias que os levam acima da atmosfera até mísseis de cruzeiro e foguetes que voam baixo.
O sistema Domo de Ferro de Israel tem sido usado frequentemente desde que o país iniciou a sua ofensiva militar em Gaza em resposta aos ataques do Hamas em Israel, em 7 de outubro.
O Domo é a camada inferior da defesa antimísseis de Israel, de acordo com a Organização de Defesa de Mísseis do país.
Existem pelo menos 10 baterias dele em Israel, cada uma equipada com um radar que detecta foguetes e depois usa um sistema de comando e controle que calcula rapidamente se um projétil que se aproxima representa uma ameaça ou tem probabilidade de atingir uma área despovoada.
Se o foguete representar uma ameaça, o equipamento dispara mísseis do solo para destruí-lo no ar.
O próximo degrau na escada da defesa antimísseis é o David’s Sling, que protege contra ameaças de curto e médio alcance.
O David’s Sling, um projeto conjunto do Rafael Advanced Defense System de Israel e da gigante de defesa dos EUA Raytheon, usa interceptores cinéticos Stunner e SkyCeptor para atingir alvos a até 300 quilômetros de distância, de acordo com o projeto Missile Threat do Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos (CSIS, em inglês).
Acima dele estão os sistemas Arrow 2 e Arrow 3 de Israel, desenvolvidos em conjunto com os Estados Unidos.
O Arrow 2 utiliza ogivas de fragmentação para destruir mísseis balísticos que se aproximam na sua fase terminal – à medida que mergulham em direção aos seus alvos – na alta atmosfera, de acordo com o CSIS.
O equipamento tem um alcance de 90 quilômetros e uma altitude máxima de 51 quilômetros, de acordo com a Missile Defense Advocacy Alliance, que chamou o Arrow 2 de uma atualização das defesas antimísseis Patriot dos EUA que Israel já usou nesta função.
Enquanto isso, o Arrow 3 usa tecnologia hit-to-kill para interceptar mísseis balísticos que se aproximam no espaço, antes que eles reentrem na atmosfera a caminho dos alvos.
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(Com informações de Chloe Yan e Lion Schellerer, da Reuters; e da CNN Internacional)