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    Veto representa que Conselho de Segurança não conseguiu cumprir seu papel, diz representante do Brasil na ONU

    Sérgio Danese defendeu reforma no órgão e indicou o que pode ser feito a seguir

    Tiago Tortellada CNN

    O veto dos Estados Unidos à proposta de resolução do Brasil para a guerra entre Israel e o Hamas representa que o Conselho de Segurança da ONU não conseguiu cumprir o seu papel, segundo Sérgio Danese, representante do Brasil nas Nações Unidas.

    O diplomata explicou que o objetivo do órgão é “preservar a paz e garantir a segurança onde estejam as ameaças”, mas que o veto “mata a maioria” e, como o governo brasileiro vem defendendo, é necessário que ele seja reformulado.

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    “O Conselho precisa de uma reforma na sua composição por um problema de ter que refletir o que é a realidade do mundo 78 anos depois de as Nações Unidas terem sido fundadas. Ele tem um problema de representatividade, eficiência, legitimidade e tem métodos de trabalho e regras que evidentemente o tornam muito ineficaz ou muito inexpressivo”, ressaltou Danese.

    O órgão possui cinco membros permanentes: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido. Se algum deles votar contra alguma resolução, como foi o caso do texto brasileiro nesta quarta-feira (18), ela não é aprovada, não importa quantos votos tenha a favor.

    Danese avaliou que havia sido redigido um bom documento, destacando que teve apoio dos 10 membros rotativos. “Acho que essa é uma mensagem muito importante que os membros eleitos estão passando, como são capazes de entrar em um consenso em torno de um produto de boa qualidade”, ponderou.

    “Consideramos que o trabalho avançou o que era possível, lamentamos que não tenha sido possível ter uma resolução, era muito importante que o Conselho de Segurança se manifestasse com um produto”, adicionou o diplomata.

    O representante do Brasil disse que o órgão tem se manifestado “com vozes diferenciadas, dissonantes, muitas vezes contraditórias ou contrárias”, mas também comentou que os países têm o direito de justificar seu voto e terem suas estratégias para lidarem com a questão de Israel.

    Próximos passos

    Sérgio Danese afirmou que a “tarefa” agora é conversar e receber instruções da chefia da diplomacia brasileira em Brasília, mas que será possível seguir alguns caminhos.

    Entre eles, ele destacou que poderá ser trabalhada uma nova resolução, “trabalhar em uma declaração do presidente, que precisa de consenso, trabalhar elementos de imprensa, há alguns produtos que podem sair de deliberação de consenso”.

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