Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Venezuela deve respeitar nossos recursos energéticos, diz presidente da Guiana à CNN

    Chefe de Estado também falou sobre papel do Brasil nas negociações e importância do país na região

    Tiago Tortellada CNN , em São Paulo

    O presidente da Guiana, Irfaan Ali, afirmou que a Venezuela deve respeitar os recursos energéticos naturais guianenses. A declaração foi feita durante entrevista exclusiva a Raquel Landim, âncora da CNN, nesta terça-feira (12).

    “Respeitamos o desenvolvimento deles, os seus recursos naturais, seus bens econômicos, e eles devem respeitar nossos bens naturais, nossos recursos, nosso território”, disse.

    “Todos queremos a prosperidade regional. Por isso, digo que devemos trabalhar com um plano energético regional, um plano de segurança regional, mas não queremos nada feito à força por ninguém. A Venezuela não pode forçar uma posição sobre nós. Não podem querer o que pertence a nós”, destacou.

    Irfaan Ali também rebateu a fala de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, de que petroleiras dos Estados Unidos extraindo petróleo na Guiana seria “imperialismo”, classificando a declaração como “oportunismo”.

    “Quando a Exxon investiu na Venezuela, por que isso não era imperialismo? (…) Como o chamado de Maduro para ter a BP e a Chevron investindo na Venezuela — ele pede o investimento deles todos os dias — não é imperialismo? Ele está usando um padrão duplo”, ponderou o presidente.

    Em 2015, um consócio liderado pela petroleira americana ExxonMobbil descobriu grandes reservas de petróleo no mar da Guiana. Maduro alega ter direito de explorar o recurso na região de Essequibo.

    Ainda segundo o chefe de Estado da Guiana, também há uma petroleira chinesa no consórcio. A China é aliada de longa data da Venezuela.

    Papel e apoio do Brasil

    Durante a entrevista à CNN, Irfaan Ali também destacou que o Brasil e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixaram claro o apoio à Guiana e ao direito internacional.

    “Acho que o Brasil tem uma responsabilidade regional, global enorme para ser claro nesse assunto, demonstrar liderança que seja confiável e honesta”, colocou.

    O chefe de Estado também ressaltou que quer assegurar a paz e estabilidade da região, mas que estão de “olhos abertos” para assegurar que o interesse, a soberania e integridade territorial da Guiana sejam protegidos.

    VÍDEO: À CNN, presidente da Guiana fala sobre papel do Brasil em mediação com Venezuela

    Reunião com Nicolás Maduro

    Sobre a reunião com Maduro para discutir a tensão na região, que deve acontecer na quinta-feira (14), Irfaan Ali pontuou que aceitou o encontro exatamente para tentar resolver o imbróglio de forma pacífica.

    “Guiana é um país pacífico, acreditamos na paz e na estabilidade dessa região. Temos respeito pelos parceiros regionais, o Brasil e os demais países, incluindo a Venezuela. E nós queremos fazer tudo que estiver em nosso alcance para assegurar que consigamos manter a paz e estabilidade, o respeito pelo Estado de Direito e a boa governança”, afirmou.

    O presidente ressaltou ainda que não está mudando de posição sobre a anexação de Essequibo e que a controvérsia deve ser discutida na Corte Internacional de Justiça.

    VÍDEO: À CNN, presidente da Guiana defende “manter a paz” com a Venezuela

    Tópicos