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    Vencedores do Nobel se reúnem em cúpula global para combater fake news

    Disseminação de notícias fraudulentas é um dos maiores problemas do mundo na atualidade, segundo a Fundação Nobel e a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos 

    Américo Martinsda CNN

    Londres

    Nada menos do que 11 vencedores do Prêmio Nobel vão participar nesta semana de uma cúpula mundial para discutir formas de combater as fake news e tentar encontrar soluções para o problema.

    Entre os participantes estão as jornalistas Tawakkol Karman e Maria Ressa, ganhadoras dos prêmios Nobel da Paz de 2011 e 2021, respectivamente.

    As duas são importantes defensoras da liberdade de expressão, da luta contra líderes autoritários e estão engajadas no combate às fake news. Outros vencedores do prêmio vêm de áreas científicas como química e física.

    O Truth, Trust and Hope Nobel Prize Summit (Cúpula do Prêmio Nobel sobre Verdade, Confiança e Esperança, numa tradução livre) vai acontecer em Washington, capital dos Estados Unidos, entre os dias 24 e 26 de maio.

    A Fundação Nobel, responsável pela gestão e administração do prêmio de mesmo nome e organizadora da cúpula em conjunto com a Academia Nacional de Ciências dos EUA, afirma que a disseminação de notícias falsas é um dos maiores problemas da atualidade no mundo.

    O diretor-executivo da Fundação Nobel, Vidar Helgesen, explicou, numa entrevista exclusiva à CNN, o interesse da entidade no assunto.

    “Temos uma situação global onde desinformação e desconfiança nas ciências criam desafios para todas as disciplinas do Prêmio Nobel. A ciência é sobre a busca da verdade. A literatura é sobre um tipo diferente de busca da verdade e liberdade de expressão. E a desinformação pode minar a paz e a estabilidade dentro dos países e entre vários países”, disse ele.

    Marcia McNutt, presidente da Academia Nacional de Ciências dos EUA, diz que “a verdade nunca importou tanto quanto hoje”.

    “Vimos isso em termos do número de mortos pela pandemia. Nós vimos isso em termos de resultados de disputas políticas, que estão sendo manipuladas em uma direção ou outra por meio de desinformação”, diz ela.

    A cúpula vai discutir várias propostas diferentes para reduzir o impacto da desinformação entre as pessoas.

    Jornalista Maria Ressa, que ganhou o Nobel da Paz de 2021, integra o movimento contra fake news / Reprodução / Prêmio Nobel

    “Sabemos da complexidade do problema e não temos uma agenda específica. Não estamos promovendo soluções específicas, mas convidamos os principais especialistas mundiais para virem à mesa e discutirem essas questões”, disse Helgesen.

    O evento também vai focar em exemplos positivos, que funcionam em determinados locais.

    “Estamos muito atentos para mostrar exemplos positivos do que pode dar certo. Por isso o título da cúpula é Verdade, Confiança e Esperança. É possível construir sociedades com níveis crescentes de confiança. Na verdade, não é apenas possível, mas absolutamente fundamental para as pessoas terem esperança de que podemos buscar a verdade e a confiança”, disse ele.

    Helgesen comentou também sobre discussões que ocorrem em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, sobre a necessidade de se regular melhor o mundo digital para punir quem divulga notícias falsas.

    “Acho que uma discussão central na cúpula será sobre a regulamentação e outras abordagens. Existem exemplos de regulamentação (digital) e também existem exemplos de mobilização social que colocam as pessoas na linha de frente, lutando pela confiança. Nós não tomamos uma posição, mas realmente achamos que esta é uma discussão muito importante a ser feita”, disse ele.