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    Variante brasileira: Reino Unido procura pessoa infectada com cepa de Manaus

    Indivíduo não identificado não preencheu o cartão de registro associado ao teste de Covid-19 e autoridades não conseguem encontrá-lo para colocar em quarentena

    Tara John e Sharon Braithwaite, da CNN, em Londres

    Autoridades de saúde da Grã-Bretanha estão correndo atrás de uma pessoa que foi infectada com uma variante da Covid-19 identificada pela primeira vez na cidade de Manaus, no Amazonas.

    A pessoa é um dos seis casos da variante P.1 que foram detectados no Reino Unido, de acordo com o Public Health England (PHE), segundo um comunicado à imprensa expedido no domingo (28). A autoridade britânica acrescentou ainda que três dos casos estavam localizados na Inglaterra e outros três na Escócia.

    O indivíduo não identificado não preencheu um cartão de registro associado ao seu teste, então os funcionários não podem rastreá-lo, disse o PHE. O órgão pede a quem fez o teste no dia 12 ou 13 de fevereiro e não recebeu o resultado “ou tem um cartão de registro do teste incompleto” para entrar em contato.

    Em declarações à Sky News, na segunda-feira, o ministro de vacinas do Reino Unido, Nadhim Zahawi, acredita que o indivíduo “provavelmente receberia um kit caseiro ou um kit de teste da autoridade local”.

    Pessoas andando de máscara nas ruas
    Pessoas andam de máscaras pelas ruas no Reino Unido
    Foto: REUTERS/Hannah McKay

    Os outros dois casos identificados na Inglaterra são de uma família na região de Gloucestershire com histórico de viagens ao Brasil, disse a PHE. As duas pessoas “estão se isolando corretamente” e há “razões mínimas para acreditar que pode haver uma maior disseminação”, acrescentou Zahawi.

    Os rastreadores de contratos, profissionais que monitoram pessoas infectadas, estão tentando contato com todos os passageiros do voo LX318, da Swiss Air, que partiu de São Paulo via Zurique e que pousou em Londres em 10 de fevereiro. Todos serão testados em suas casas, disse o PHE.

    O voo pousou dias antes de o Reino Unido impor um sistema de quarentena de 10 dias, mas chegou quase um mês depois que o Reino Unido proibiu voos diretos do Brasil. Os cidadãos e residentes do Reino Unido conseguiram retornar ao país por rotas indiretas. 

    A vice-líder do Partido Trabalhista, de oposição, Angela Rayner, disse, em um post no Twitter, que a disseminação da variante P.1 era “mais uma evidência de que a tentativa fracassada de introduzir uma quarentena em hotéis foi imprudente e perigosa”.

    “A recusa contínua de implementar um sistema abrangente nos deixa expostos a mutações e novas variantes que chegam ao nosso país do exterior. Os mesmos erros se repetem”, acrescentou. 

    A variante P.1 é suspeita de alimentar o ressurgimento da disseminação viral no Brasil. Foi encontrada em 42% dos casos em uma pesquisa realizada em Manaus e desde então surgiram casos nos EUA e no Japão. 

    “É possível que essa variante responda menos às vacinas atuais, mas é necessário mais estudo para entender isso”, disse o PHE no domingo.

    “Relatórios recentes de Manaus, no Brasil, onde a variante P.1 está aumentando o número de infecções, sugerem que essa cepa é responsável pela reinfecção de indivíduos que já haviam sido infectados com uma variante diferente do vírus”, disse Lawrence Young, professor de oncologia molecular na Warwick Medical School, em um comunicado enviado pelo Science Media Center do Reino Unido.

    “É por isso que é ainda mais importante fazer de tudo para impedir a propagação desse vírus e todas as outras variantes, incluindo controles estritos de fronteira e um sistema eficiente de teste, rastreamento e isolamento”, afirmou.

    (Texto traduzido. Leia aqui o original em inglês).