Urnas mostram que voto latino é mais diverso e complicado, diz republicana
Opção dos eleitores hispânicos variou do anticomunismo na Flórida até um domínio de Joe Biden no Arizona, avalia a estrategista política Ana Navarro
Uma lição que republicanos e democratas podem aprender desta eleição é não olhar os eleitores latinos nos Estados Unidos como uma coisa só, avaliou a comentarista política Ana Navarro em entrevista à CNN na noite de quarta-feira (5).
Nascida na Nicarágua, Navarro é estrategista política, ligada ao Partido Republicano.
O conselho da especialista acontece depois de apontamentos de que Joe Biden poderia ter uma performance ruim no intensamente cubano condado de Miami-Dade, na Flórida, e não obter apoio latino o suficiente no sul do Texas a ponto de transformar o estado tradicionalmente republicano em um campo de disputa.
Esses medos se comprovaram fundamentados, uma vez que Biden obteve resultados piores que os da campanha de Hillary Clinton em 2016 nessas áreas. A busca pelo voto hispânico era uma das apostas dos democratas para o pleito de 2020.
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“Na Flórida, e em todo o país, há 31 tipos de latinos”, disse Ana Navarro.
“Quando falamos sobre voto latino, pode ser muito incompreendido e desorientado tentar pintar como um único grande traço”, argumenta, citando diferentes cenários para o candidato democrata na Flórida e em outros estados, como o Arizona.
No falado condado de Miami-Dade, o enfraquecimento de Biden foi um resultado do esforço de Donald Trump em rotulá-lo como comunista ou socialista.
“Esse foi um exercício de construção feito por Donald Trump durante um ano. De trabalhar a influência na comunidade, vir aqui, falar sobre socialismo, falar sobre comunismo. E valeu a pena para ele”, completa Navarro.
A história em Arizona foi diferente, diz, onde estima que “700 mil latinos votaram”. “O total, a média dele no Arizona é 75%”, afirma a estrategista, citando a projeção de quantos dos latinos que votaram no estado optaram por Joe Biden. “Os números para Biden foram muito melhores do que estamos falando.”
*Com informações de Eric Bradner, da CNN