União Europeia se divide em relação à quebra de patentes das vacinas
Países do bloco se reúnem neste final de semana, em Porto, e o asssunto deve ser discutido
A chanceler alemã Angela Merkel rejeitou a quebra de patentes das vacinas contra a Covid-19 e justificou que a medida causaria “graves complicações” na produção dos imunizantes. Com a declaração de Merkel, as ações do laboratório alemão BioNTech, que desenvolveu a vacina da Pfizer, caíram menos (1,6%) que na véspera (15%).
Ao chegar para a Cúpula da União Europeia, na cidade do Porto, em Portugal, o presidente da França, Emmanuel Macron, ressaltou que a quebra de patentes não resolverá o problema. Ele criticou ainda os governos dos Estados Unidos e do Reino Unido pelo bloqueio de exportações de vacinas e insumos.
Embora Alemanha e França tenham se posicionado contra a medida, a questão não é unanimidade na Europa. A Espanha, por exemplo, anunciou o apoio à suspensão de patentes.
Em um documento divulgado nesta quinta-feira (6), o governo espanhol afirma que “a propriedade intelectual não pode ser um obstáculo para acabar com a Covid-19 e garantir o acesso equitativo e universal às vacinas”. Ainda conforme o texto, o consenso deve ser “encontrado com urgência sobre a proposta de uma suspensão temporária das patentes”.
O ministro da Saúde italiano, Roberto Speranza, considerou a proposta de Joe Biden “um importante passo em frente”.
A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, chegou a afirmar, antes do início da cúpula, que a Comissão estudaria a proposta do presidente dos EUA, Joe Biden. Ainda de acordo com Leyen, a União Europeia está disposta a debater “quaisquer propostas referentes à crise de uma maneira efetiva e pragmática”.