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    Ucraniana relata à CNN filas para abastecer carros, sacar dinheiro e internet instável

    Vika Mikhailova, de 24 anos, vive em Ternopil, cidade do oeste ucraniano, e diz que "pessoas estão em pânico"; veja imagens gravadas por ela

    Flávia Martinsda CNN

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    Para Vika Mikhailova, 24, assim como para milhões de outros ucranianos, o dia amanheceu diferente com a invasão da Ucrânia autorizada pelo presidente russo Vladimir Putin.

    Parecia um pesadelo de conflitos anteriores, só que agora revivido no ano de 2022 – em um mundo muito mais conectado.

    Por lá, apesar de fraco e instável, ainda há sinal de internet, o que permite que Vika dê notícias à sua família e amigos que estão distantes. E também permitiu que ela conversasse com a CNN Brasil.

    Nesta terça-feira, Vika, que trabalha com contabilidade, nos disse que não foi ao escritório. Mas também não teria como. Em Ternopil, cidade do oeste ucraniano às margens do Rio Seret – a quase 500 km de Kiev – todos os transportes estão paralisados. “A gasolina começa a ser escassa. Transporte público e táxis já não circulam com medo do desabastecimento”.

    Temor corroborado pelo que se vê nas notícias nas TVs locais que repetem a toda a hora os sons das sirenes que tocaram nas primeiras horas do dia “Temos pessoas morrendo. É assustador assistir aos jornais”, relatou a ucraniana.

    Imagens gravadas por ela para enviar a sua mãe mostram filas intermináveis para tentar abastecer os carros e garantir gasolina para os próximos dias, dada a incerteza da situação. Antes de ir para casa de sua sogra com seu namorado e animais de estimação, a jovem saiu para comprar o básico para emergências: comida, remédios etc.

    Veja abaixo imagens das filas de carros gravadas por ela:

    “As pessoas estão em pânico. As prateleiras dos supermercados foram completamente esvaziadas. Também não tem quase mais nada nos petshops e nem nas farmácias” compartilhou Vika. Ela disse ter esperado por duas horas na fila para comprar medicamentos.

    A situação foi parecida para sacar dinheiro. Na fila de pequeno caixa na cidade, pelo menos 50 pessoas esperavam a sua vez para conseguir assegurar alguma reserva em espécie.

    Sem saber o que fazer e ainda sem orientações claras, Vika já se antecipou “Ainda não pensamos em sair daqui, mas já juntei tudo que posso precisar em uma mala: documentos, roupas, remédios e comida”.

    A jovem, seu namorado e sua sogra seguem isolados em casa com seus animais de estimação, esperançosos de um cenário melhor, mas preparados para o pior.

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