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    Ucrânia pede missão da ONU em Chernobyl; saiba como está situação na antiga usina

    Vice-ministra ucraniana afirmou que incêndios florestais e transporte de munições ameaçam zona de exclusão

    Filipe Santos Costada CNN

    As florestas em volta da central nuclear têm sido alvo de violentos incêndios, as forças russas continuam a militarizar a região – que oficialmente continua a ser uma zona de exclusão – e são cada vez maiores os receios de um novo acidente em Chernobyl, que pode voltar a representar um risco à Ucrânia e à Europa.

    Neste domingo (27), a vice-primeiro-ministra ucraniana, que tem o comando dos territórios interditados de Chernobyl, chamou a atenção para o perigo que se acumula naquela região, e fez um pedido à Organização das Nações Unidas (ONU) para que envie uma missão internacional ao local, para avaliar os riscos.

    Em sua conta do Telegram, Iryna Vereshchuk acusou as forças invasoras de continuarem a militarizar a zona de exclusão de Chernobyl. A ocupação “irresponsável” da central, famosa pelo maior incidente nuclear da história, aumenta o risco de fuga de radiação, que poderá atingir toda a Europa, alertou Vereshchuk.

    Sem informações seguras sobre o que está acontecendo no local, que está sob controle dos russos desde o primeiro dia de guerra, a governante ucraniana apelou às Nações Unidas para que enviem uma missão de peritos capaz de avaliar os riscos.

    Riscos

    Segundo a vice-primeira-ministra ucraniana, são vários os perigos que a central de Chernobyl enfrenta. Por um lado, os grandes incêndios nas florestas que rodeiam as instalações. Por outro, o transporte e armazenamento de grandes quantidades de armamento, que por alguma razão os russos concentram na região.

    Tanto os incêndops como as movimentações de foguetes e outras munições podem provocar danos nas estruturas de isolamento da central que foram construídas após a explosão de 1986. Esses danos permitiriam a libertação na atmosfera de poeiras radioativas.

    Segundo Vereshchuk, as forças russas “ignoraram estas ameaças, continuando a transportar e a armazenar uma quantidade significativa de munições nas imediações da central nuclear” e na cidade mais próxima da central desativada.

    O fato de os russos poderem utilizar “munições antigas e de qualidade inferior”, avisa a governante, “aumenta o risco da sua detonação mesmo durante o carregamento e o transporte”.

    Incêndios ameaçam zona de exclusão

    Segundo as autoridades da Ucrânia, cerca de dez mil hectares de floresta na zona de exclusão podem ser atingidos por incêndios. “É impossível controlar e extinguir completamente o fogo devido à captura da zona de exclusão pelas forças de ocupação russas”, escreveu a vice-primeira-ministra.

    O aviso é claro: “No contexto da segurança nuclear, as ações irresponsáveis e não profissionais dos militares russos representam uma ameaça muito séria não só para a Ucrânia, mas também para centenas de milhões de europeus”.

    Por isso o governo ucraniano pediu intervenção do Conselho de Segurança das Nações Unidas: “tomar medidas imediatas para desmilitarizar a Zona de Exclusão de Chernobyl e estabelecer uma missão especial da ONU” para verificar a situação no terreno e impedir que se repita um acidente nuclear em Chernobyl.

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