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    Ucrânia diz que fala de Macron sobre a Rússia ‘pode apenas humilhar a França’

    Macron afirmou que era importante "não humilhar a Rússia" para não minar esforços diplomáticos de saída do conflito

    John IrishMax Hunderda Reuters

    Em Kiev e Paris

    A Ucrânia repreendeu o presidente francês Emmanuel Macron neste sábado (4) por dizer que era importante não “humilhar” a Rússia, uma posição que o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmitro Kuleba, avaliou que “pode apenas humilhar a França“.

    Macron tem procurado manter um diálogo com o presidente russo, Vladimir Putin, desde a invasão da Ucrânia por Moscou em fevereiro. Sua postura tem sido repetidamente criticada por alguns parceiros do leste e do Báltico na Europa – alguns veem como uma forma de minar os esforços para empurrar Putin para a mesa de negociações.

    “Não devemos humilhar a Rússia para que, no dia em que os combates cessem, possamos construir uma rampa de saída por meios diplomáticos”, disse Macron em entrevista a jornais regionais publicada no sábado. “Estou convencido de que é papel da França ser uma potência mediadora.”

    Kuleba respondeu através de uma publicação no Twitter: “Os apelos para evitar a humilhação da Rússia podem apenas humilhar a França e todos os outros países que o exigirem”.

    “Porque é a Rússia que se humilha. É melhor nos concentrarmos em como colocar a Rússia em seu lugar. Isso trará paz e salvará vidas.”

    Os apelos para evitar a humilhação da Rússia podem apenas humilhar a França e todos os outros países que o exigirem. Porque é a Rússia que se humilha. É melhor nos concentrarmos em como colocar a Rússia em seu lugar. Isso trará paz e salvará vidas.

    Dmitro Kuleba, ministro das Relações Exteriores ucraniano

    Macron tem falado regularmente com Putin desde a invasão como parte dos esforços para alcançar um cessar-fogo e iniciar uma negociação confiável entre Kiev e Moscou, embora não tenha tido nenhum sucesso tangível para mostrar isso.

    “Acho, e disse a ele (Putin), que ele está cometendo um erro histórico e fundamental para seu povo, para si mesmo e para a história”, disse Macron.

    Questionado sobre a oferta de mediação na televisão nacional, o conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak disse que “não havia sentido em manter negociações” com a Rússia até que a Ucrânia recebesse novas armas do Ocidente e empurrasse as forças russas “o mais longe possível para as fronteiras da Ucrânia”.

    A Rússia agora ocupa cerca de um quinto do território ucraniano. Kiev está recebendo armas mais poderosas do Ocidente.

    “Nossas forças armadas estão prontas para usar (as novas armas)…e então acho que podemos iniciar uma nova rodada de negociações a partir de uma posição fortalecida”, disse David Arakhamia, parlamentar ucraniano e membro da equipe de negociação, na sexta-feira (3).

    Entre outras coisas, os Estados Unidos darão à Ucrânia sistemas de foguetes HIMARS de precisão, permitindo que atinja posições russas de um alcance maior.

    A França também forneceu armas ofensivas, incluindo o obuseiro CEASAR, retirado dos estoques do exército francês. Macron disse que pediu aos fabricantes de armas que acelerassem a produção.