Ucrânia diz que desarmou 180 mil artefatos explosivos desde o início da guerra
Yevhenii Yenin, primeiro vice-ministro do Interior, disse que "um quinto do território da Ucrânia estava contaminado com bombas e minas que não explodiram"
O governo ucraniano diz que suas forças de desminagem detectaram e desarmaram mais de 180 mil artefatos explosivos desde o início da invasão russa em fevereiro.
Yevhenii Yenin, o primeiro vice-ministro do Interior, disse na televisão ucraniana nesta segunda-feira (15) que “um quinto do território da Ucrânia estava contaminado com bombas, minas e bombas aéreas que não explodiram”.
“Desde o início da guerra, nossos serviços detectaram e desarmaram mais de 180 mil rtefatos explosivos. Mais de 68 mil hectares já foram pesquisados”. Yenin disse que os técnicos estavam pesquisando cerca de 500 hectares toda semana.
“Na região de Kiev, mil objetos explosivos ainda estão sendo desarmados todos os dias”, disse ele.
Forças russas atacam região ucraniana de Donetsk
Forças ucranianas relataram bombardeios russos pesados e tentativas de avanço em várias cidades em Donetsk, região no leste da Ucrânia que se tornou o foco principal da guerra de quase seis meses, mas disseram que repeliram muitos dos ataques.
O Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia também relatou bombardeios russos em mais de uma dúzia de cidades na frente sul – particularmente a região de Kherson, controlada em grande parte pelas forças russas, mas onde as tropas ucranianas estão capturando território.
Muita atenção tem sido dada à usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, em meio a temores de uma catástrofe devido a novos bombardeios nos últimos dias, pelos quais Rússia e Ucrânia trocam acusações.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu o estabelecimento de uma zona desmilitarizada no entorno da usina, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou que os soldados russos que atirarem na maior usina nuclear da Europa ou a usarem como base para atirar se tornarão um “alvo especial” das forças ucranianas.
A usina de Zaporizhzhia controla a margem sul de um vasto reservatório no rio Dnipro. As forças ucranianas que controlam as cidades na margem oposta estão sob intenso bombardeio do lado russo.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que busca inspecionar a usina, alertou sobre um desastre nuclear, a menos que os combates cessem. Especialistas nucleares temem que os combates possam danificar os tanques de combustível ou os reatores da usina.
Zelensky disse que a Ucrânia muitas vezes propôs diferentes formatos à liderança russa para negociações de paz, sem progresso.
“Portanto, temos que nos defender, temos que responder a todas as formas de terror, a todas as instâncias de bombardeio – bombardeio feroz que não para por um único dia”, disse ele em comentários em vídeo no domingo.
Leste e Sul
Kiev tem dito há semanas que está planejando uma contraofensiva para recapturar Zaporizhzhia e a província vizinha de Kherson, a maior parte de território que a Rússia conquistou após a invasão de 24 de fevereiro e ainda mantém.
O comando militar da Ucrânia disse no domingo que soldados russos continuavam sem sucesso a atacar posições ucranianas perto de Avdiivka, que, desde 2014, se tornou um dos postos avançados das forças ucranianas perto de Donetsk.
O especialista militar ucraniano Oleg Zhdanov disse que a situação é particularmente difícil em Avdiivka e cidades próximas, como Pisky.
“Temos poder de artilharia insuficiente e nossas forças estão pedindo mais apoio para defender Pisky”, disse ele em um vídeo postado online. “Mas a cidade está basicamente sob controle ucraniano.”