Ucrânia acusa Rússia de violar cessar-fogo e adia retirada de civis de Mariupol
Governador da região publicou no Twitter que os russos continuam bombardeando a cidade e seus arredores
As autoridades ucranianas suspenderam os planos de evacuação de civis da região de Mariupol, citando violações russas de uma pausa acordada nas hostilidades.
Pavlo Kyrylenko, governador da região de Donetsk, no leste ucraniano, publicou no Twitter às 12h45, no horário local: “EVACUAÇÃO DA POPULAÇÃO PACÍFICA DE MARIUPOL ADIADA!”
“Devido ao fato de que os russos não observam o regime de silêncio e continuam bombardeando Mariupol e seus arredores, por razões de segurança, a evacuação da população foi adiada”, acrescentou.
Pouco tempo antes, Iryna Vereshchuk, a ministra ucraniana de Reintegração de Territórios Ocupados Temporariamente, disse que as forças russas pareciam estar fazendo uso da interrupção dos combates – que foi acordada para permitir a evacuação de civis – para avançar suas próprias tropas.
“Nossos militares informam que na área da rota declarada [do corredor de retirada] as tropas russas estão usando o cessar-fogo e avançando”, disse Vereshchuk.
“Gostaria de me dirigir às autoridades russas e dizer o seguinte: concordamos com o cessar-fogo por meio da Cruz Vermelha, usando convenções internacionais. Não deve haver avanço das tropas russas. Usamos este canal para evacuar civis – mulheres, crianças, e também para entregar bens humanitários aos que ficaram, como remédios e alimentos”, completou a ministra.
“Portanto, apelo mais uma vez às autoridades russas para que parem o avanço de suas tropas, se isso estiver acontecendo – estamos verificando essa informação – e para permitir a evacuação de pessoas.
“O mundo inteiro está assistindo a isso. Espero sinceramente que esse primeiro passo termine positivamente e as pessoas consigam abrigo, e não fiquem por semanas sob os escombros, em porões sem água, sem comunicação e sem comida”, concluiu Vereshchuk.
A Câmara Municipal de Mariupol pediu aos moradores que tentam fugir dos combates para retornarem aos abrigos, enquanto as negociações com a Rússia para garantir um corredor de evacuação continuam, disse um comunicado.
“Pedimos a todos os moradores de Mariupol que saiam e se dirijam aos abrigos. Mais informações sobre a evacuação em breve. No momento, estão em andamento negociações com a Federação Russa para estabelecer um regime de cessar-fogo e garantir um corredor humanitário seguro”. “A polícia também informará os moradores da cidade com a ajuda de alto-falantes”, acrescentou o comunicado.
No início do sábado, os militares anunciaram que interromperiam o bombardeio das cidades de Mariupol e Volnovakha para permitir a fuga de civis.
A Rússia nega rotineiramente causar baixas civis na Ucrânia. A mídia internacional e os observadores documentaram extensivamente vítimas civis e danos à infraestrutura civil.
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Na quinta-feira (24), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez um pronunciamento televisionado no qual autorizava uma "operação militar especial" na Ucrânia. Putin disse que o objetivo era proteger população de regiões separatistas. • Reprodução/Russia 24
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Poucas horas após pronunciamento de Putin, explosões e sirenes foram ouvidas em várias cidades da Ucrânia, segundo relatos de repórteres da CNN. A imagem de uma explosão em Kiev divulgada pelo Gabinete do Presidente da Ucrânia foi um dos primeiros retratos da invasão russa no país. • Gabinete do Presidente da Ucrânia
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Já pela manhã de quinta-feira, gigantescas filas de carro se formaram com pessoas tentando sair da capital ucraniana Kiev. • Getty Images
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Após o início da guerra, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, convocou os cidadãos para luta armada e pediu doações de sangue para os militares feridos. • CNN / Reprodução
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Os metrôs ucranianos se transformaram em verdadeiros bunkers improvisados, para servir de abrigo antibombas. Na foto, o metrô de Kharkiv, segunda maior cidade do país. • CNN
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A CNN relatou que infraestrutura civil ucraniana foi afetada pela guerra. Na imagem, uma criança brinca no parquinho do lado de fora de um prédio residencial de Kiev atingido por uma explosão. • Anadolu Agency via Getty Images
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Pessoas são fotografadas em posto de controle entre Ucrânia e Eslováquia. A ONU estima que mais de 800 mil refugiados fugiram pela fronteira oeste do país. • Future Publishing via Getty Imag
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Protestos contra a guerra na Ucrânia foram registrados em várias partes do mundo. Na foto, mais de 100 mil manifestantes foram às ruas de Berlim pedindo o fim da invasão russa. • Getty Images
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Delegações diplomáticas de Rússia e Ucrânia se encontraram, no quinto dia de guerra (28), na região da fronteira com Belarus. Primeira negociação por cessar-fogo terminou sem acordo. Segunda reunião deve acontecer nesta quarta (2). • Alexander Kryazhev/POOL/TASS via
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Kharkiv foi alvo de alguns dos piores ataques aéreos durante a guerra. Na terça-feira (1º), pelo menos 10 pessoas morreram e 35 ficaram feridas em ataques com foguetes das forças russas no centro da cidade, segundo o Ministério do Interior ucraniano. • Anadolu Agency via Getty Images