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    Turquia diz que não pode impedir que navios de guerra russos acessem o Mar Negro

    Cláusula em pacto internacional permite que navios retornem à sua base, afirmou o ministro das Relações Exteriores turco nesta sexta-feira (25)

    Reuters

    A Turquia não pode impedir que navios de guerra russos acessem o Mar Negro através de seus estreitos, como a Ucrânia solicitou, devido a uma cláusula em um pacto internacional que permite que navios retornem à sua base, afirmou o ministro das Relações Exteriores turco nesta sexta-feira (25).

    A Ucrânia apelou à Turquia para impedir que navios de guerra russos passem pelos estreitos de Dardanelos e Bósforo, que levam ao Mar Negro, depois que Moscou lançou na quinta-feira (24) um ataque total à Ucrânia por terra, ar e mar. Acompanhe a cobertura especial da CNN.

    As forças russas desembarcaram nos portos do Mar Negro e Azov, da Ucrânia, como parte da invasão.

    Sob a Convenção de Montreux de 1936, a Turquia tem controle sobre os estreitos e pode limitar a passagem de navios de guerra durante a guerra ou sob ameaça, mas o pedido colocou o membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em uma posição difícil, enquanto o país tenta administrar seus compromissos ocidentais e estreitar os laços com a Rússia.

    Falando no Cazaquistão, o ministro das Relações Exteriores Mevlut Cavusoglu disse que a Turquia está estudando o pedido de Kiev, mas disse que a Rússia tem o direito sob a Convenção de devolver os navios à sua base, neste caso o Mar Negro.

    Portanto, mesmo que a Turquia decidisse, após um processo legal, aceitar o pedido da Ucrânia e fechar o estreito para os navios de guerra russos, disse ele, eles só seriam impedidos de viajar na outra direção, longe de sua base no Mediterrâneo.

    “Se os países envolvidos na guerra fizerem um pedido para devolver seus navios às suas bases, isso precisa ser permitido”, disse Cavusoglu ao jornal Hurriyet.

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    Ato de equilíbrio da Turquia

    Cavusoglu acrescentou que especialistas jurídicos turcos ainda estão tentando determinar se o conflito na Ucrânia pode ser definido como uma guerra, o que permitiria que os mandatos da convenção fossem invocados.

    O embaixador da Ucrânia na Turquia, Vasyl Bodnar, disse nesta sexta-feira (25) que Kiev espera uma “resposta positiva” de Ancara ao seu pedido.

    Cavusoglu também reiterou a oposição de Ancara à imposição de sanções econômicas contra a Rússia, uma postura que separou a Turquia da maioria de seus aliados da Otan que já anunciaram tais medidas.

    A Turquia cultivou bons laços com a Rússia e a Ucrânia. Ele disse que o ataque russo é inaceitável e que apoia a integridade territorial da Ucrânia, mas evitou usar palavras como “invasão” para descrever o que está acontecendo.

    Ancara buscou cooperação com Moscou em defesa e energia, mas também vendeu drones para a Ucrânia e assinou um acordo para coproduzir mais. Também se opõe às políticas russas na Síria e na Líbia, bem como à anexação da Crimeia em 2014.

    (Reportagem de Tuvan Gumrukcu; edição de Gareth Jones)

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