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    ‘Tubarão perdido’ pode ter sido extinto, diz organização que monitora espécies

    Golfinho amazônico também está sob risco de desaparecer

    Reuters

    Um tubarão que foi descoberto de maneira formal apenas recentemente pode já ter sido extinto —um destino que nenhum tubarão ainda tinha sofrido desde o surgimento dos humanos, e um golfinho amazônico de água doce está ameaçado, mostrou a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas nesta quinta (10). 

    Mais de um quarto das 128.918 espécies animais, vegetais e de fungos que foram analisadas pela União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) estão ameaçados de extinção nesta última atualização. A lista mais recente tem 31 novas extinções, incluindo vários peixes e mais de uma dúzia de peixes de água doce. 

    “Isso realmente mostra que o mundo está sob enorme pressão”, disse Craig Hilton-Taylor, diretor da unidade da Lista Vermelha, à Reuters. 

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    “A ideia da Lista Vermelha é tentar chamar atenção para essas espécies e tentar impedir que elas sejam extintas, mas às vezes esse processo acontece rápido demais”. 

    O chamado “tubarão perdido”, do mar da China meridional só foi descoberto formalmente no ano passado, baseado em espécimes de décadas de idade. Mas nenhum foi avistado recentemente e ele não apreceu em cinco estudos direcionados, o que levou a IUCN a listá-lo como “Em perigo crítico (possivelmente extinto)”. 

    Historicamente, tubarões provaram ser robustos e sobreviveram no planeta por milhões de ano, persistindo mesmo através de eventos de extinção em massa, como a colisão do meteoro que se acredita ter eliminado a maioria dos dinossauros. 

    Will White, um ictiologista (especialista em peixes) da Coleção Nacional de Peixes da Austrália que nomeou o “tubarão perdido”, disse que essa pode ser a primeira extinção de tubarão na era humana. 

    “Infelizmente, o que faz a espécie uma grande sobrevivente na natureza não significa que a torna uma grande sobrevivente contra a ação humana”, disse White à Reuters. 

    A IUCN, que trabalha com milhares de cientistas, tende a ser conservadora ao cravar as extinções, uma vez que declará-las pode significar o fim de qualquer esforço de conservação que ainda reste. Ainda assim, espécies que ela chama de “possivelmente extintas” frequentemente já foram. 

    A organização também moveu um golfinho amazônico com a barriga rosada chamado de Tucuxi à lista de espécies ameaçadas. Isso significa que todos os golfinhos de água doce estão ameaçados, já que as outras espécies já integravam o rol. 

    Os perigos incluem barragens, poluição e a pesca com redes de emalhar —cortinas vastas de redes de pescar que se movem de acordo com a correnteza, explicaram. 

    A IUCN descreveu a diminuição na população de sapos nas Américas Central e do Sul como “drástica”. Ela citou a quitridiomicose, uma infecção por fungo que os cientistas ligam à mudança climática. 

    Em nota mais positiva, a organização disse que a população europeia de bisões cresceu mais de três vezes desde 2003 graças a esforços de conservação que o elevaram em uma categoria pars “vulnerável”. 

    O bisão foi dizimado por exércitos famintos na Primeira Guerra Mundial nos territórios que hoje são Polônia e Belarus, e sumiram da natureza antes de serem reintroduzidos a esses ambientes. 

    Outra história de sucesso é a da Dipturus laevis —um peixe grande e plano que lembra uma arraia —que pulou três categorias, de “ameaçado” para “pouco procupante”. 

    “Há vislumbres de esperança, pequenas histórias que nos mostram o que pode ser feito”, disse Hilton-Taylor, da IUCN.

    “Nós sabemos o que fazer, sabemos quais espécies estão ameaçadas. É só uma questão de nos esforçarmos um pouco mais”. 

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