Trump volta para Washington para tentar interromper certificação de Biden
Presidente ainda mantém esperança de reverter vitória democrata nas eleições de novembro do ano passado
O presidente Donald Trump e a primeira-dama Melania Trump voltaram a Washington na manhã de quinta-feira (31), saindo mais cedo do que o previsto da Flórida. No momento, alguns republicanos planejam adiar a certificação da vitória eleitoral do presidente eleito Joe Biden quando o Congresso se reunir na primeira semana do ano.
O casal Trump decolou no Força Aérea Um do Aeroporto Internacional de Palm Beach e chegou na capital federal na tarde de quinta-feira (31).
Trump deixou Palm Beach antes de sua festa anual de Ano Novo, embora os convidados já estivessem reunidos em seu clube no sul da Flórida e tivessem sido avisados de que o presidente estaria presente, de acordo com três pessoas familiarizadas com o assunto.
O presidente normalmente gosta de aparecer no tapete vermelho na frente da imprensa e de seus amigos nessa ocasião, mas pulou o evento este ano, o que foi um movimento incomum.
Ao longo de sua estada na Flórida, Trump se concentrou totalmente nos resultados da eleição e no processo de certificação no Congresso, marcado para 6 de janeiro.
Depois de perder dezenas de processos judiciais e ter seu recurso rejeitado pela Suprema Corte, Trump viu o evento de 6 de janeiro como sua melhor oportunidade de tentar reverter a eleição que perdeu.
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Segundo várias fontes, Trump ficou irritado durante a maior parte da viagem e implicou com tudo, desde o resultado da eleição até as reformas comandadas por Melania Trump em seus aposentos privados no clube de Mar-a-Lago.
A certa altura, Trump também disse que temia que o Irã pudesse retaliar nos próximos dias o ataque de drones dos EUA que matou o principal general do Irã, Qasem Soleimani, há um ano. Uma pessoa especulou que isso poderia ser um fator contribuinte para sua partida antecipada. Trump estava em Mar-a-Lago quando ordenou o ataque a Soleimani em 3 de janeiro de 2020.
Antes de partir para Palm Beach, o presidente soube mais sobre o papel do vice-presidente Mike Pence no processo de certificação no Capitólio, que é uma função principalmente cerimonial.
Nos Estados Unidos, a presidência do Senado pertence ao vice-presidente, e cabe a ele assinar a certificação final da eleição. Nos dias de folga na Flórida, Trump retuitou um chamado de um de seus partidários pedindo que Pence se recuse a ratificar a contagem do Colégio Eleitoral em 6 de janeiro.
Enquanto esteve na Flórida, Trump citou repetidamente a data de 6 de janeiro com membros do Congresso e outros correligionários presentes no resort, de acordo com pessoas familiarizadas com as conversas. Ele pressionou os senadores sobre se concordariam com os conservadores da Câmara na objeção aos resultados.
O senador Josh Hawley, republicano do Missouri, tornou-se o primeiro senador a seguir o pedido de Trump. Na quarta-feira (30), ele disse faria objeções à votação, o que atrasaria – mas não mudaria – os resultados da contagem do Colégio Eleitoral.
Trump também tuitou para seus apoiadores que ele os verá em Washington no dia 6, uma referência aos grandes protestos que estão planejados na capital.
Na Flórida, Trump foi cercado por pessoas que em sua maioria apoiam seus esforços eleitorais fúteis, incluindo seu advogado pessoal Rudy Giuliani e seu filho Donald Trump Jr., com a namorada Kimberly Guilfoyle. Mesmo enquanto luta publicamente pelos resultados, uma pergunta que ele repetidamente faz para aqueles de seu círculo mais próximo é se ele deveria ou não comparecer à posse de Biden.
Trump disse às pessoas recentemente que Pence não está fazendo o suficiente para lutar por ele ao final de sua presidência, e recentemente se interessou pelo papel cerimonial de Pence durante a certificação.
Fontes dizem que Trump, antes das férias, tocou no assunto com o vice-presidente e ficou “confuso” sobre por que Pence não pode anular os resultados da eleição de 6 de janeiro. Os assessores de Pence e da Casa Branca tentaram explicar a ele que seu papel é mais uma formalidade e que ele não pode rejeitar unilateralmente os votos do Colégio Eleitoral.
Pence havia planejado partir para uma viagem ao exterior logo após a certificação de 6 de janeiro. Mas os planos para um passeio pelo Oriente Médio e Europa foram suspensos, disseram fontes próximas ao vice.
Pence passou as férias de Natal em Vail, Colorado.
(Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).